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Noruega/ ataques

Suspeito de atentados vai ser ouvido por juiz nesta segunda-feira

O suspeito de ter cometido os ataques que provocaram a morte de pelo menos 93 pessoas na Noruega será ouvido na segunda-feira por um juiz, que vai decidir sobre a prisão preventiva de Anders Behring Breivik. Ele admitiu à polícia ser o autor dos disparos contra um grupo de jovens na ilha de Utoya e ter colocado uma bomba em frente à sede do governo norueguês, na sexta-feira.

Polícia norueguesa se negou a falar sobre o estado psicológico do atirador. Disse apenas que ele confessou o crime.
Polícia norueguesa se negou a falar sobre o estado psicológico do atirador. Disse apenas que ele confessou o crime. Reuters
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De acordo com o sistema judiciário do país, o juiz poderá solicitar a prisão do suspeito por no máximo quatro semanas, renováveis se, na audiência que ocorrer ao final do prazo, a Justiça considerar que ele deve permanecer em detenção. Cabe ao juiz decidir se as audiências do processo serão públicas ou fechadas. Mesmo se confessou os crimes, Breivik deverá ser tratado como suspeito enquanto as investigações policiais não concluírem o inquérito, conforme as leis norueguesas.

A polícia não divulgou informações sobre os motivos que teriam levado Breivik a promover os atentados: disse apenas que suspeito está “cooperativo” com as investigações. Baseados nos registros de autoria de Breivik e encontrados na internet, na sexta-feira os policiais o qualificaram como “fundamentalista cristão” e “de direita”.
Breivik, que tem 32 anos e já foi membro do Partido do Progresso, de extrema-direita, garante que cometeu os ataques sozinho. Ele qualificou os atos como “cruéis, mas necessários”, segundo seu advogado, Geir Lippestad. “Ele reconhece os fatos”, disse o defensor. “No seu espírito, ele pensa não ter feito nada de repreensível.”

No manifesto, redigido em inglês e intitulado “Declaração européia de independência – 2083”, Breivik afirma que “será percebido como o maior monstro jamais visto desde a Segunda Guerra mundial”. Ele se descreve como um salvador da Europa contra a invasão dos muçulmanos. No texto, preparado desde 2002, Breivik considera que “o uso do terrorismo é um meio de acordar as massas”.

Os investigadores apuram se ele contou com a colaboração de parceiros, já que várias testemunhas garantem ter visto disparos vindos de todos os lados quando a matança se iniciou, em Utoya. O tiroteio durou cerca de 1h30, conforme a polícia, depois que Breivik chegou ao local vestido de policial. Cerca de 600 jovens do Partido Trabalhista norueguês participavam de atividades na ilha. De acordo com os sobreviventes, ele atirou aleatoriamente nos jovens que se encontravam à sua frente, mas também em direção às barracas onde os participantes acampavam e nas pessoas que tentaram fugir a nado da ilha, ao perceberem o massacre.

Na manhã deste domingo, a polícia realizou uma operação a leste de Oslo, no bairro de Sletteloekka, em busca de possíveis colaboradores dos ataques. Seis pessoas foram detidas, mas soltas em seguida por falta de elementos conclusivos sobre a participação nos atentados. Nenhum explosivo foi localizado.
 

Polícia divulga novo balanço de vítimas

Neste domingo, o número de mortes aumentou para 93, com a morte de um ferido grave, 97 pessoas ficaram feridas e uma quantidade ainda indeterminada está desaparecida. “Ainda há desaparecidos no bairro dos ministérios”, disse o delegado responsável pelo caso, Sveinung Sponheim, em coletiva de imprensa.
Entre os feridos, 67 estavam no encontro de jovens em Utoya e 30 foram atingidas pelas bombas que explodiram no prédio governamental. Se condenado, Breivik corre o risco de ficar preso por 21 anos, a pena máxima na Noruega.
 

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