Sindicatos convocam nova greve geral de 48 horas na Grécia

A Grécia enfrenta mais uma greve geral de 48 horas, que começa nesta quarta-feira. As manifestações contra as novas medidas de austeridade impostas pelo governo, que serão votadas no Parlamento quinta-feira, devem levar milhares de pessoas às ruas de Atenas e outras cidades do país.

Greve AFP / Louisa Gouliamaki

O novo projeto do governo é uma exigências dos europeus para dar continuidade à ajuda financeira ao país e evitar a moratória. Ele prevê novos cortes de salário, a redução do número de vagas no setor público e a interrupção das convenções coletivas, que garantem benefícios sociais aos trabalhadores. O primeiro-ministro grego, Georges Papandreou, pediu que os deputados socialistas, que ocupam 154 das 300 cadeiras, façam prova de ‘unidade.’

Alguns setores iniciaram o movimento nesta segunda-feira. Entre eles, funcionários municipais, juízes, médicos e jornalistas. Nesta terça-feira, cerca de 2 mil manifestaram no centro de Atenas, contra a alta do desemprego que atinge as redações. A circulação dos jornais foi totalmente interrompida.

Nesta quarta-feira, estão previstas diversas paralisações no transporte público e aéreo. Os voos das companhias gregas Aegean Arilines e Olympic Air serão cancelados, e atrasos importantes estão previstos nas principais companhias, em decorrência da greve dos controladores de voo. Os táxis também não devem circular em Atenas. Postos de combustíveis e lojas também devem fechar as portas.

O premiê grego Georges Papandreou disse nesta terça-feira que seu governo vai garantir a sobrevivência dos bancos do país, fragilizados pela detenção de títulos gregos, em caso de reestruturação da dívida pública grega acima de 21%. Caso a reunião da Cúpula da zona do euro estabeleça uma nova redução da dívida soberana, os bancos do país terão uma injeção de capital de emergência estipulada entre 5 e 20 bilhões de euros, segundo analistas financeiros.

A chanceler alemã Angela Merkel estimou nesta terça-feira que a reunião deste domingo, dedicada à crise das dívidas na Europa, era um primeiro passo importante. "As dívidas foram se acumulando através dos anos, e por isso não se pode resolver a questão em um único encontro."

Na reunião, os líderes do bloco também devem decidir o desbloqueio denifitivo da parcela de 8 bilhões de euros do plano de ajuda à Grécia aprovado em 2010, necessária para honrar o pagamento dos juros de sua dívida e evitar o calote. Apesar do aval da troika, que reúne representantes do FMI, Comissão Europeia e BCE, a liberação dos recursos dependem de uma decisão coletiva em nível europeu.