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Grécia/Referendo

Referendo surpresa sobre a dívida grega balança política interna do país

O anúncio da organização de um referendo sobre o acordo da dívida grega, feito pelo primeiro-ministro George Papandreou na segunda-feira, causou surpresa e já suscitou várias críticas no país. Deputados já contestam a medida do premiê, que teria tomado a decisão sem sequer informar o seu ministro das Finanças.

O premiê grego Georges Papandreou decidiu convocar um referendo sem informar as autoridades políticas do país.
O premiê grego Georges Papandreou decidiu convocar um referendo sem informar as autoridades políticas do país. Reuters
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As críticas surgiram poucas horas após o anúncio do referendo. A deputada socialista Vasso Papandreou teme as repercussões da decisão do primeiro-ministro e pede a criação de um “governo de salvação nacional” para garantir a implementação do plano de ajuda europeu. “O país corre o risco de uma falência imediata”, alertou a parlamentar, que apesar do sobrenome, não é parente do primeiro-ministro. Já a deputada Milena Apostolaki preferiu simplesmente deixar o cargo, o que diminui a proporção socialista no Parlamento grego.

O anúncio do referendo foi uma surpresa até mesmo para os membros do governo responsáveis das pastas econômicas, como o próprio ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, que não teria sido informado da decisão do premiê. Venizelos é o representante da Grécia nas negociações sobre a crise do país junto à União Europeia, ao Fundo Monetário Internacional, e aos bancos.

De acordo com pesquisas de opinião divulgadas no último sábado, mais de 60% da população grega considera o acordo firmado na semana passada com os líderes europeus como algo negativo. Muitos acreditam que o plano de ajuda, que visa apagar metade da dívida do país, terá como conseqüência uma diminuição da independência grega.   

Segundo a imprensa local e os cientistas políticos na Grécia, mesmo se a decisão pode desestabilizar a zona do euro, o referendo foi uma estratégia do premiê para evitar eleições legislativas antecipadas. O primeiro-ministro estaria tentando reconquistar a confiança da população, que critica a dependência de Bruxelas e os planos de rigor impostos pelo governo.

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