Referendo sobre independência da Escócia pode virar batalha judicial
A batalha política em torno do referendo de independência da Escócia pode parar na Suprema Corte britânica se o primeiro-ministro, David Cameron, e o premiê escocês, Alex Salmond, não chegarem a um acordo sobre a consulta.
Publicado a:
Fernanda Nidecker, correspondente da RFI em Londres
Os dois premiês divergem sobre os termos e a data do referendo. Salmond, do Partido Nacional Escocês, quer que o voto seja feito no outono de 2014, enquanto Cameron defende que a votação seja realizada em no máximo 18 meses.
O premiê escocês também discorda da interferência de Londres na pergunta a ser feita aos eleitores. Cameron quer que eles respondam apenas se querem ou não a independência de seu país do Reino Unido, evitando outra questão que poderia dar mais poderes ao Parlamento escocês.
O premiê britânico insiste que as autoridades em Edimburgo não têm poderes legais para realizar o referendo sem o aval do governo central por causa de uma lei de 1999. Salmond contesta.
A polêmica em torno do assunto está servindo até para unir o governo de coalizão ao Partido Trabalhista, o maior da oposição. Seu líder, Ed Miliband, apoiou o discurso de Cameron e pediu aos escoceses que votem contra a independência se o referendo for realizado.
Por enquanto o projeto parece não estar atraindo muito a atenção dos escoceses. Pesquisa de opinião recente mostrou que apenas 28% da população querem a independência da Escócia do Reino Unido, contra 57%.
Inglaterra e Escócia estão unidas pelo chamado tratado de União, de 1707. A chegada do Partido Nacional Escocês ao poder em 2007, no entanto, vem inflamando o movimento nacionalista.
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