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Itália/Naufrágio

Autoridades investigam presença de clandestinos no Costa Concordia

Os investigadores do naufrágio do Costa Concordia estão averiguando se havia clandestinos a bordo do navio. As suspeitas surgiram depois que uma família húngara revelou que uma mulher estava a bordo sem ter comprado a passagem. Testemunhas afirmam que ela viajava em companhia de um membro da tripulação, mas seu nome não figurava no registro de passageiros, nem na lista de desaparecidos.

O navio Costa Concordia, em foto deste domingo, ameaça afundar para águas profundas antes que a equipe de resgate termine as buscas.
O navio Costa Concordia, em foto deste domingo, ameaça afundar para águas profundas antes que a equipe de resgate termine as buscas. REUTERS/Giampiero Sposito
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O comissário especial do governo Franco Gabrielli investiga se outras pessoas, mortas ou vivas, se encontram na mesma situação da húngara. Dos 13 mortos confirmados oficialmente, oito foram identificados. Outras 21 pessoas continuam desaparecidas.

As operações de resgate dos corpos foram retomadas na manhã desta segunda-feira após a abertura de uma brecha no casco do Costa Concordia com a ajuda de explosivos. Os mergulhadores da marinha italiana conseguiram remover destroços e abrir espaço entre os decks próximos ao restaurante e de acesso aos barcos.

As equipes que realizam as buscas trabalham em condições muito difíceis e reclamam de um forte odor no local. As dimensões gigantescas do navio, de comprimento equivalente a três estádios de futebol e da altura de um prédio de 20 andares, tornam as operações muito lentas.

Durante o dia, um comitê de especialistas tomará a decisão sobre o bombeamento para a retirada das 2.380 toneladas de combustíveis presentes nos reservatórios da embarcação.

“Hoje será decisivo, vamos cruzar os dedos para ver se será possível dar início ao bombeamento sem interromper a procura pelas pessoas desaparecidas”, declarou à agência AFP o prefeito de Giglio, Sergio Ortelli.

Mulher misteriosa

A investigação se concentra no comandante do navio Costa Concordia, Francesco Schettino, e sua atuação durante o drama.

Antes de ter sido detido após o naufrágio, ele teria se encontrado no hotel onde estava hospedado com uma “mulher loira e elegante”, a quem teria entregue seu computador pessoal. Segundo a imprensa italiana, a mulher seria a advogada da empresa Costa Cruzeiros, proprietária do navio. Ela nega categoricamente ter recebido qualquer objeto do comandante Schettino.

Novos testemunhos indicam que o comandante se encontrava em uma passarela com outras pessoas não autorizadas a estar no local, entre elas o chefe dos garçons, Antonello Tievoli, pouco antes do choque que provocou o naufrágio.

O grupo teria desconcentrado o comandante no momento em que o navio iria rápido demais. A mídia local insiste que o chamado “l’inchino”, a tradicional saudação do navio aos habitantes da costa, tinha sido prevista e autorizada pela empresa Costa Cruzeiros antes da saída da embarcação de Civitavecchia. A empresa nega.

O comandante Schettino, que se encontra em prisão domiciliar em Meta di Sorrento, não quer ser responsabilizado sozinho pela tragédia. Ele afirma ter alertado a companhia desde às 22h05, dizendo: “ Fiz uma besteira. Passei muito perto de Giglio. Nós tocamos no fundo. Estou dizendo a verdade. Enviem rapidamente helicópteros.”

Em uma entrevista publicada no sábado, 21 de janeiro, pelo jornal francês Le Figaro, o presidente da Costa Cruzeiros, Luigi Foschi, admitiu ter sido alertado no horário indicado, mas afirmou “não ter compreendido imediatamente a gravidade do acidente”, acusando o comandante de ter dissimulado a situação por muito tempo.

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