Ministros da zona do euro aprovam desbloqueio de pacote para a Grécia
Os ministros das Finanças da zona do euro se reuniram nesta segunda-feira para discutir a liberação de um novo pacote de ajuda à Grécia, orçado em 130 bilhões de euros. A adoção desse plano é fundamental para evitar a moratória do país, com consequências drásticas para a zona do euro.
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Durante a reunião, o ministro grego das Finanças Evangelos Venizelos disse estar otimista com a possibilidade de um acordo. Além do novo plano de ajuda, os membros dos 17 países que formam a zona do euro também discutem como colocar em prática a moratória parcial dos credores privados, que concederam o perdão de 100 bilhões de euros em títulos da dívida grega.
O primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, tenta negociar um montante ainda maior, mas a operação, segundo ele, depende de ‘diversos fatores.’ Há necessidade de uma definição até quarta-feira, caso contrário não haverá tempo hábil para colocar a decisão em prática e salvar o país da moratória. O governo grego deve pagar a parcela de 14 bilhões e 500 milhões de euros, correspondente aos juros da dívida soberana, até o dia 20 de março. Com um déficit público orçado em 160% do PIB, os recursos são fundamentais para que o país inicie o processo de estabilização financeira. A Europa corre contra o relógio: é preciso que um acordo seja firmado até no máximo o dia 1 de março.
Outra opção seria diminuir os juros do empréstimo concedido no primeiro plano de ajuda ao país, votado em 2010, de 110 bilhões de euros, ou ainda aumentar a participação do Banco Central Europeu e dos bancos estatais nacionais. De acordo com fontes que participam das negociações, os credores teriam concordado com uma diminuição das taxas, e uma participação da BCE em um possível reescalonamento da dívida grega não estaria descartada. A contribuição do FMI também é motivo de divergências. O Fundo deve injetar 13 bilhões de euros no novo plano, mas os europeus esperam obter em torno de 44 bilhões.
Depois de se reunir com o presidente francês Nicolas Sarkozy, a primeira-ministra dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt, disse que o mais importante era evitar que a situação da Grécia contagiasse outras regiões da Europa. O ministro holandês das Finanças Jan Kees, se disse favorável a uma "fiscalização permanente" do país pela União Europeia e o FMI. Segundo ele, esta seria uma maneira de controlar melhor o avanço das reformas e a implantação das medidas de austeridade prometidas pelo governo grego. Os europeus temem que a Grécia não cumpra as promessas de corte de gastos depois das eleições legislativas, previstas para abril.
Para a reunião desta segunda-feira, o governo grego seguiu à risca todas as condições impostas pelos credores públicos: uma carta assinada pelos dois chefes dos partidos que formam a coalizão e um plano de corte de gastos equivalente a 3,3 bilhões de euros, incluindo corte de salários, aposentadorias e vagas no setor público.
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