Acesso ao principal conteúdo
França/ Alemanha

Hollande e Merkel celebram reconciliação franco-alemã

Em meio a uma crise nas relações franco-alemãs, o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, deram início hoje, em Reims (França) às celebrações dos 50 anos da reconciliação entre os dois países, após a Segunda Guerra Mundial. O evento foi manchado pela profanação de 51 túmulos de soldados alemães em um cemitério de região.

A chanceler Angela Merkel e o presidente François Hollande se cumprimentaram com beijos no rosto.
A chanceler Angela Merkel e o presidente François Hollande se cumprimentaram com beijos no rosto. REUTERS/Jacky Naegelen
Publicidade

A descoberta dos atos de vandalismo, feitos nas cruzes dos túmulos, ocorreu ontem à noite, na véspera do encontro entre os dois governantes. Um cemitério de Ardennes, onde repousam combatentes da Primeira Guerra Mundial, foi atacado. “Em relação a acontecimentos ocorridos ontem, digo que nenhuma força obscura, e ainda menos a estupidez que lhe alimenta, não poderá alterar o movimento de profunda amizade franco-alemã”, declarou Hollande, neste domingo, ao lado de Merkel. “Nossa amizade inspira a Europa. Nós não queremos dar lições. Nós desejamos simplesmente dar o exemplo”, acrescentou.

Antes, o presidente francês havia recebido a chanceler alemã, sob uma chuva constante, em frente à catedral de Reims, para onde os dois se dirigiram juntos a pé. No local, onde o general Charles de Gaulle e o chanceler Konrad Adenauer celaram a reconciliação em 8 de julho de 1962, os líderes discursaram. Merkel defendeu a união política da Europa.

“Hoje, à união econômica e monetária, nós devemos amparar o nível político. É um trabalho hercúleo, mas a Europa é capaz de fazê-lo”, afirmou. “A Europa é muito mais do que uma moeda, e a relação franco-alemã é incontornável neste aspecto. Ela marcou fortemente a unificação europeia e a fez progredir”, disse, destacando que não se trata de “uma relação exclusiva”, mas sim convida os demais países “a se associarem”.

O discurso complementa declarações recentes de Hollande, que demonstrou a vontade de alargar a liderança franco-alemã na Europa para países como Itália e Espanha, que tentam há meses participar mais das decisões. Merkel - que havia ignorado o socialista durante a campanha eleitoral francesa, devido à sua intenção de renegociar o pacto fiscal europeu – hoje se mostrou conciliadora, chamando Hollande de “caro François” e terminando o discurso com um “Vive l’amitié franco-allemande” (“Viva a amizade franco-alemã”, em francês).

Na França, a oposição vem criticando o governo socialista por ter “degradado as relações” com a vizinha em apenas poucas semanas. Hollande buscou apoio dos colegas italiano e espanhol para inserir um “pacto de crescimento” ao pacto fiscal, que para Merkel sempre foi não-negociável.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.