Espanha e Itália "exigem" aplicação de acordos econômicos
Por meio de um comunicado comum publicado hoje, a Espanha e a Itália “exigem a aplicação imediata dos acordos” firmados na última cúpula europeia, no final de junho. O acerto prevê o aumento das capacidades dos fundos de ajuda financeira para os países em dificuldades.
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O texto afirma que “a rapidez é uma condição essencial para o sucesso de qualquer iniciativa europeia”. Citado no comunicado, o secretário espanhol para a União Europeia, Mendez de Vigo, ressalta que “há um fosso preocupante entre a decisão tomada pelo Conselho Europeu e a aplicação dos acordos”.
Na cúpula de 28 e 29 de junho, Roma e Madri conseguiram que o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Fesf) e seu substituto, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), pudessem recapitalizar diretamente os bancos em dificuldades sem aprofundar as dificuldades financeiras dos países envolvidos. O acordo visava tirar os bancos espanhois do sufoco sem prejudicar ainda mais a delicada situação econômica do Estado.
Apesar do acerto, permanecem dúvidas sobre o lançamento e o funcionamento do MEE, um recurso permanente da zona do euro, já que a Alemanha continua se negando a compartilhar as dívidas dos países-membros do bloco. O mecanismo era para ter sido lançado em julho, mas na melhor das hipóteses se tornará operacional no final de setembro. O atraso ocorre porque a Corte Constitucional alemã deve se pronunciar apenas em 12 de setembro sobre este instrumento, dotado de uma capacidade de empréstimo de 500 bilhões de euros.
Enquanto aguarda, a zona do euro deve permanecer com o fundo de socorro existente, o Fesf, que dispõe de cerca de 200 bilhões de euros. A soma é considerada insuficiente para “salvar” um país como a Itália, afundada em uma dívida colossal, ou para emprestar à Espanha.
Nesta terça-feira, mais uma vez o país foi o foco dos temores dos mercados financeiros sobre a zona do euro. A tensão começou de manhã, quando as taxas de juros para empréstimos para o governo espanhol atingiram um novo recorde, de 7,55%, e se elevou à tarde, com a admissão da região autônoma da Catalunha de que poderia precisar de uma intervenção de Madri para superar suas dificuldades financeiras.
A Catalunha é uma das regiões mais ricas da Espanha, responsável por um quarto do PIB do país – o que intensificou a desconfiança dos mercados. Uma porta-voz da administração regional declarou que o pedido de ajuda financeira “ainda não foi decidido”, mas reconheceu que essa é “uma das opções estudadas”. Na sexta-feira, Valência solicitou ajuda para regularizar suas contas. Analistas estimam que, se a situação permanecer como está, o governo espanhol não conseguirá mais pagar suas dívidas em outubro, quando vencem débitos no valor de 28 bilhões de euros.
As incertezas levaram as bolsas europeias a fechar em baixa nesta terça. Paris encerrou em -0,87%, Frankfurt teve queda de 0,45%, enquanto Madri perdeu 3,58% e Milão fechou o pregão com 3,05% de baixa.
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