Partido do presidente Ianoukovitch vence legislativas na Ucrânia

O partido do presidente Viktor Ianoukovitch sai como o grande vencedor das eleições legislativas realizadas neste domingo na Ucrânia, seguido pela aliança de oposição, da ex-primeira-ministra Iulia Timochenko, e a formação política do boxeador Vitali Klitschko. As eleições na Ucrânia, apesar de não registrarem nenhum incidente grave, foram realizadas sob tensão. A oposição teme fraudes, apesar da presença de observadores internacionais.

Mulher vota na cidade de Fiina, uma das cidades que receberam observadores internacionais durante a votação REUTERS/Marian Striltsiv

O Partido das Regiões, do presidente Viktor Ianoukovitch, recebeu 28% dos votos contra 24,7% Em segundo, a aliança de oposição, da ex-primeira-ministra Iulia Timochenko com 24,7% e, em terceiro, o partido do boxeador Vitali Klitschko com 15% da preferência do eleitorado ucraniano. O partido do jogador de futebol Andreï Shevchenko recebeu somente 1,6% dos votos válidos, longe dos 5% necessários para participar do poder legislativo do país. A grande surpresa das eleições legislativas na Ucrânia foi a ascensão do partido comunista Udar e da formação política nacionalista Svoboda. Ambos receberam cerca de 12% dos votos válidos.

Esssas são as primeiras eleições realizadas na Ucrânia desde a chegada de Viktor Ianoukovitch à presidência do país, em 2010. O pleito foi acompanhado por inúmeros observadores internacionais, dentre eles, o eurodeputado português Mario David. "Essas eleições são um importante teste para democracia ucraniana", declarou o chefe da diplomacia alemã, Guido Westerwelle. As autoridades ocidentais temem fraudes na urnas e a degradação política do país. Timochenko, condenada à prisão por sete anos, por supostos crimes políticos,  pediu que o eleitores votassem em massa para retirar Ianoukovitch do poder.

Representantes da oposição e observadores ucranianos denunciaram fraudes em diversas regiões do país. Eles denunciaram casos de compra de votos e alertaram para o grande número de eleitores que votaram à domicílio. " A situação é tensa, mas essas violações não ultrapassam o nível tradicional desta ex-república soviética", declarou Olexandre Tchernenko, presidente da ONG Comité dos eleitores da Ucrânia, especializada em observar eleições.

As autoridades ucranianas instalaram web-câmeras nas seções eleitorais para transmitir, ao vivo, as imagens na Internet. Entretanto, a oposição teme que a apuração pode ter sido alterada, já que as web-câmeras não filmaram a contagem dos votos.