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Crise/Europa

Greves e protestos varrem Europa nesta quarta-feira

Hoje, acontece a jornada de mobilização europeia contra a austeridade. A série de manifestações e paralizações atinge 23 países da região. Os mais afetados são a Espanha, Portugal, a Grécia e a Itália, onde acontecem greves gerais. Em outros países europeus, como Alemanha, Áustria, França e Holanda, haverá manifestações e atos simbólicos. De acordo com o sindicato CGT, esta é "a primeira vez na história da Europa que acontece uma mobilização de tamanha amplitude simultaneamente em tantos países".

Manifestantes entram em confronto com tropa de choque da polícia espanhola em Málaga
Manifestantes entram em confronto com tropa de choque da polícia espanhola em Málaga REUTERS/Jon Nazca
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Em Portugal, nenhum metrô ou transporte fluvial circula desde a meia-noite e a maioria dos trens está parada. Dos 360 voos que a companhia aérea TAP operaria hoje, 173 foram cancelados. Muitos hospitais portugueses estão trabalhando apenas com casos emergenciais e a coleta de lixo está suspensa. Com taxa de adesão de até 90% nos centros urbanos, esta paralização deve causar ainda mais impacto do que a última, que ocorreu em março. De acordo com representantes dos sindicatos locais, a principal exigência é a revisão das políticas de enfrentamento da crise da dívida: Portugal estuda um novo pacote de austeridade para receber um empréstimo de 78 bilhões de euros acordados pela União Europeia e pelo FMI em maio de 2011.

Na Espanha, os protestos também começaram na madrugada. Em Madri, manifestantes com bandeiras dos principais sindicatos do país, o UGT e o CCOO, fizeram piquetes nas portas das usinas, do comércio, de mercados e estações para convocar os trabalhadores a aderir ao movimento. Desde a meia-noite, a cidade está tomada por grupos com apitos que bloqueiam as principais vias da capital, obrigando as lojas a fechar as portas. Em Barcelona, a ideia também é inviabilizar o comércio: manifestantes queimaram pneus nos portões do mercado Mercabarna, principal atacadista da cidade. Desde que começaram o início das manifestações, o ministério do Interior contou 28 presos e 12 feridos.

Mais de 130 manifestações estão previstas para hoje na França. Trata-se da primeira mobilização conjunta dos sindicatos CGT e CFDT desde a chegada do socialista François Hollande ao poder. No total, são cinco sindicatos, que protestam contra as medidas de austeridade que, segundo eles, aprofundam a estagnação econômica na Europa.

Na coletiva de imprensa que concedeu ontem, o presidente francês disse que as manifestações não atacam, mas apoiam as medidas do governo socialista. Não é o que dizem as lideranças do movimento. Para Catherine Lebrun, diretora da central sindical Solidaires, "a política de austeridade vai agravar a situação e colocar o país em recessão". O principal alvo das críticas é o primeiro ministro Jean-Marc Ayrault.

 

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