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Reino Unido/ UE

Cameron deve pedir reformas para não sair da União Europeia

Trechos de um discurso que o primeiro-ministro britânico, David Cameron, deve fazer sobre a Europa foram divulgados hoje pelo escritório do premiê, e afirmam que o Reino Unido poderia “se dirigir” para a saída da União Europeia se o bloco político e econômico não se reformar. O discurso era aguardado ontem, mas foi adiado devido ao sequestro de reféns britânicos, entre outras nacionalidades, na Argélia.

David Cameron deixa Downing Street, nesta manhã, sob a neve.
David Cameron deixa Downing Street, nesta manhã, sob a neve. REUTERS/Stefan Wermuth
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Nos trechos divulgados, Cameron considera que há três desafios para a União Europeia: além da crise na zona do euro e a falta de competitividade diante dos países emergentes, “criou-se um fosso entre a União Europeia e seus cidadãos que cresce de maneira espetacular nos últimos anos”. A “falta de legitimidade democrática e de adesão é sentida de forma particularmente intensa na Grã-Bretanha”, conforme o premiê, confrontado a um aumento do euroceticismo entre seus aliados e em seu país.

“Se nós não enfrentarmos estes desafios, o perigo é o de que a Europa fracasse e os britânicos se dirijam para a saída”, advertiu o conservador. “Eu não quero que isso aconteça. Eu quero que a União Europeia seja um sucesso e quero uma relação entre a Grã-Bretanha e a UE que nos mantenha dentro dela”, diz o texto. Cameron, por outro lado, é pressionado por empresários britânicos, parceiros europeus e pelos Estados Unidos a não marginalizar o seu país, o que poderia ocorrer se deixasse o bloco.

O discurso sobre a Europa já foi adiado diversas vezes – a última foi devido à crise gerada com o sequestro de trabalhadores ocidentais em uma refinaria na Argélia, incluindo britânicos. Downing Street prometeu anunciar uma nova data e local para o pronunciamento, “no momento oportuno”.

O conteúdo divulgado até agora não aborda um ponto que provoca expectativa, a realização de um referendo sobre novas diretrizes para as relações entre o Reino Unido e a União Europeia. “Há uma frustração crescente nas pessoas, que veem cada vez mais a UE como uma coisa suportada ao invés de ser algo que aja em nome delas”, avalia o primeiro-ministro.

“A pessoas estão cada vez mais descontentes de ver que decisões, cada vez mas distantes delas, são tomadas e têm o efeito de piorar o nível de vida delas, através de uma austeridade imposta, ou destinando seus impostos para planos de salvamento para países situados do outro lado do continente”, avalia Cameron, afirmando que os dirigentes europeus “têm o dever de ouvir estas preocupações” e ele, “de respondê-las”.
 

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