Bruxelas se diz confiante na estabilidade política italiana

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, se disse "confiante" na "estabilidade política" da Itália. Em um comunicado publicado nesta quarta-feira, após um encontro com o chefe do governo italiano, Mario Monti, Barroso garantiu que a Itália, "uma das economias mais importante da Europa e do mundo, vai garantir as condições de estabilidade política, preservando o interesse da própria Itália e de toda a Europa".

Nesta quarta-feira, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, se disse confiante na "estabilidade política" da Itália.. REUTERS/Damir Sagolj

Os dirigentes afirmaram que não se pode abandonar o esforço para combater a crise que ainda não terminou e defenderam as ações de consolidação orçamentária e as reformas para gerar o aumento da competitividade.

"Se tratando da situação econômica da Itália, a Comissão pensa que o país está engajado em um processo de reforma ambicioso e que se aplicado plenamente vai aumentar de maneira significativa seu poder de crescimento". O encontro entre Monti e Barroso foi oficialmente consagrado à preparação da próxima cúpula europeia, prevista para a primeira quinzena de março, em Bruxelas.

Na mesma data, o impasse político que vive a Itália, após as eleições legislativas concluídas nesta segunda-feira foi agravado pela recusa do líder do Movimento Cinco Estrelas, o comediante Beppe Grillo, de apoiar seus rivais de centro-esquerda e centro-direita para formar um novo governo italiano.

Pier Luigi Bersani, líder de esquerda, e o ex-primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi, buscam o apoio de Grillo para conseguir a maioria no Senado. O Movimento Cinco Estrelas garantiu 54 cadeiras na Câmara alta e ficou em terceiro lugar no pleito.

Mercado

Nesta quarta-feira, o mercado financeiro pode se acalmar, depois de um dia de forte baixa provocada pela inquietude da situação italiana. Com a calmaria, a Itália pode no início do dia captar 6,5 bilhões de euros, cerca de 16,9 bilhões de reais, na venda de títulos de sua dívida pública de médio e longo prazo. Os títulos de dez anos registraram alta de 4,17% para 4,83%, enquanto que os de cinco anos passaram de 2,94% a 3,59%.