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Papa/Vaticano

Em encontro com cardeais, papa Francisco pede que igreja não ceda ao pessimismo

O papa Francisco pediu nesta sexta-feira (15) em um encontro com os cardeais que "eles nunca cedam ao pessimismo" e que "se esforcem para levar a mensagem de evangelização até os confins da terra." Ele também homenageou a coragem de Bento 16 ao renunciar o cargo. Na França, a imprensa ainda destaca a importância da escolha de um pontífice latino-americano para a história da igreja.

Imagem da primeira missa do papa Francisco
Imagem da primeira missa do papa Francisco Foto: Reuters
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Reunido com os cardeais na capela Santa Clementina, no Vaticano, o papa Francisco fez um apelo para que a igreja "não ceda ao pessimismo, nem à amargura com a qual o diabo nos tenta a cada dia." O pontífice também pediu que eles tenham ‘"coragem e perseverança" na evangelização. O novo papa também homenageou Bento 16 e sua "coragem" ao renunciar o cargo. "Trata-se de um gesto corajoso e humilde." Sorridente, o pontífice em seguida cumprimentou todos os cardeais que vieram parabenizá-lo.

Em menos de dois dias de pontificado, o papa Francisco já impôs seu estilo, ressalta a imprensa francesa, que o caracteriza como "alguém simples, humilde e franco." Durante a eleição, muitos cardeais descreveram, perplexos, sua reações: recusando a opulência da igreja e seus privilégios seculares, depois de eleito ele pegou o elevador com os outros religiosos e preferiu usar o ônibus, dispensando o carro reservado ao papa.

Papa normal

O trabalho do papa Francisco junto à população carente na Argentina, visitando favelas e prisões, também vem sendo citado com frequência na mídia francesa. Sua decisão de recusar a mansão disponibilizada em Buenos Aires pela igreja católica, para viver em um pequeno apartamento, também é considerada simbólica; a tal ponto que, na França, o papa Francisco vem sendo chamado de "papa normal" em alusão ao presidente François Hollande. Além de Francisco ser a tradução do nome François, o chefe de estado se define como um "presidente normal", e buscou desde sua eleição uma ruptura com a imagem de Nicolas Sarkozy, seu antecessor, conhecido como o "presidente dos ricos."

Os jornais e os programas de tevê também continuam a destacar a importância da eleição de um papa do hemisfério sul.  Para o jornal Le Monde, a igreja reconhece indiretamente, ao eleger  o primeiro papa não-europeu da história, que o equilíbrio do poder mundial mudou. Isso obriga a instituição a rever algumas de suas tradições e seu público alvo, já que a América Latina é atualmente o continente com o maior número de católicos do mundo.

Por enquanto, um dos únicos pontos obscuros na biografia do papa, além de suas posições contrárias ao casamento gay e ao aborto, é o seu papel durante a ditadura argentina. Dois jesuítas, Franz Jalics e Orlando Yorio, sequestrados e torturados durante cinco meses nos anos 70,  acusaram o papa, então chefe provincial dos jesuítas na Argentina, de ser responsável pela delação. Procurado pela imprensa, Jalics está incomunicável em um retiro espiritual na Hungria e só volta no dia 10 de maio.

 

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