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Chipre/Parlamento

Líderes em Chipre discutem medida que bloqueia ajuda da UE

Após a rejeição do Parlamento de Chipre sobre a polêmica taxa nos depósitos bancários no país,que impede a a ilha de beneficiar da ajuda da União Europeia, a  zona do euro mergulha em clima de incerteza. Nesta quarta-feira (20), os líderes dos partidos políticos participam de uma reunião de emergência para debater o futuro da ilha.

Parlamento do Chipre rejeita plano que impõe imposto sobre depósitos.
Parlamento do Chipre rejeita plano que impõe imposto sobre depósitos. REUTERS/Yiannis Nissiotis
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Letícia Fonseca, correspondente da RFI em Bruxelas

A imposição do imposto era uma precondição para receber os 10 bilhões de euros da UE e FMI para salvar o sistema financeiro do país. Nenhum deputado cipriota votou a favor da proposta, até mesmo os políticos ligados ao partido do governo recusaram a medida. Foram 36 votos contra, 19 abstenções e uma ausência para um total de 56 assentos.

 Foi uma sessão tensa. O presidente do Parlamento cipriota, Yiannakis Omirou, abriu o debate parlamentar pedindo aos deputados para votar contra a “chantagem” do plano de resgate. Omirou comparou a medida a um “roubo nos fundos bancários do país” e exigiu a renegociação do acordo. “Se este imposto for aprovado, nenhum investidor estrangeiro manterá o seu dinheiro aqui”, concluiu.

 A proposta previa isenção nos depósitos de até 20 mil euros, uma taxa de 6,75% para quem tivesse entre 20 mil a 100 mil euros e um imposto de 9,9% nos valores acima de 100 mil euros. A UE e FMI exigem que Chipre arrecade 5,8 bilhões de euros para garantir seu resgate, necessário para salvar o setor financeiro do país.

 O resultado da votação foi recebido com gritos de alívio pela multidão que aguardava do lado de fora do Parlamento. A recusa, porém, agrava ainda mais a situação da pequena ilha. Há especulações de que a Rússia estaria pensando em socorrer Chipre, uma vez que uma parte significativa dos depósitos é de cidadãos russos. O presidente cipriota, Nicos Anastasiades, não se surpreendeu com o veto. Ele já havia admitido que o pacote não seria aprovado pelo Parlamento.

 

Os governos da zona do euro estão agora esperando uma contraproposta de Nicósia. Eles acreditam que os dois maiores bancos do Chipre vão falir se não houver algum tipo de socorro financeiro. Nesta quarta-feira, o ministro das Finanças cipriota, Michaelis Sarris, se reúne com o governo de Moscou para tentar prorrogar o pagamento de um empréstimo de US$ 2,5 bilhões. Os oligarcas russos têm bilhões de dólares investidos nos bancos cipriotas e os acontecimentos em Chipre estão inclusive interferindo na Bolsa de Valores de Moscou.

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