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Itália/ governo

Comissões iniciam tentativas de formar programa de governo na Itália

Dois grupos de trabalho instituídos pelo presidente italiano, Giorgio Napolitano, para desbloquear o impasse político na Itália começaram hoje os trabalhos, mas esta solução já é contestada pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi. O país não consegue formar um governo desde que as últimas eleições legislativas, em fevereiro, não apontaram um claro vencedor.

O presidente italiano, Giorgio Napolitano (segundo à esquerda).
O presidente italiano, Giorgio Napolitano (segundo à esquerda). REUTERS/Italian Presidency Press Office/Handout
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Diante do impasse, Napolitano fez no sábado a proposta da criação de duas comissões formadas por “sábios” para encontrar uma solução e elaborar um programa de governo. Um desses grupos se concentrará nas reformas político-institucionais (lei eleitoral, origem da atual paralisia), enquanto o outro estudará as medidas socioeconômicas. Os dois elaborarão um relatório que será entregue a Napolitano em até 10 dias.
“O período adequado deveria ser de oito a 10 dias”, afirmou o chefe de Estado, em um comunicado.

Nas eleições legislativas, o centro-esquerda obteve a maioria na Câmara dos Deputados, mas não no Senado, o que, conforme a lei eleitoral italiana, impossibilita a formação de um governo. No Senado, três forças políticas disputam o poder com pesos equilibrados: o centro-esquerda, a direita – de Silvio Berlusconi – e o Movimento 5 Estrelas, do humorista Beppe Grillo, que contesta as linhas políticas tradicionais e conquistou o voto dos italianos insatisfeitos com a crise.

Em um primeiro momento, os políticos italianos receberam com entusiasmo a ideia de Napolitano, mas hoje o partido de Berlusconi, PDL, sugere a realização de novas eleições, baseando-se em pesquisas de opinião que apontaram uma vantagem de 32,5%, contra 29,6% para o centro-esquerda, se uma nova votação fosse convocada.

Conforme a imprensa italiana, o ex-premiê considera a situação atual “perigosa” por achar que Napolitano deseja ganhar tempo e descartar a possibilidade de outro pleito. O “cavaliere” temeria que a manobra possibilite ao PD conseguir uma aliança com Grillo, resultando na eleição do ex-primeiro-ministro Romano Prodi para chefe do Governo. As motivações judiciais, e não políticas, estariam por trás do empenho de Berlusconi em evitar este acordo, já que nos próximos meses ele deve responder a diversos processos nos tribunais italianos.

No momento, tanto a esquerda como a direita rejeitam um possível "governo do presidente" que poderia ser dirigido por uma personalidade neutra, com o objetivo de adotar algumas reformas, incluindo a da lei eleitoral, para que depois fossem realizadas outras eleições no próximo outono (hemisfério norte) ou na primavera de 2014. Entre os nomes que se apresentam como possíveis chefes desse gabinete, os da ministra do Interior, Anna Maria Cancellieri, e da ex-comissária europeia Emma Bonino são citados.
 

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