Enrico Letta inicia negociações para formar governo de coalizão

As primeiras pesquisas de opinião pública mostram que 43% dos italianos aprovaram a nomeação de Enrico Letta para o cargo de primeiro-ministro. Nesta quinta-feira, os jornais no país destacam a primeira difícil tarefa que ele tem pela frente: formar um governo que agrade a diversos partidos, na esperança de encontrar condições para obter a maioria na Câmara e no Senado.

No primeiro-ministro Enrico Letta põe à prova sua habilidade como negociador nesta quinta-feira REUTERS/Max Rossi

Gina Marques, correspondente da RFI em Roma

De modo geral, os comentários foram que não havia melhor alternativa para a Itália encerrar o período de dois meses sem governo, depois do impasse provocado pelas eleições de fevereiro. Hoje, Letta começou as consultas para formar a equipe de ministros. A possibilidade é que sejam 18 ministros, com políticos vindos de partidos da esquerda e da direita, mas não se descarta a possibilidade de alguns tecnocratas que participaram do governo de Mario Monti possam fazer parte da equipe.

Hoje, entre os encontros de Letta, o mais delicado deverá ser com Silvio Berlusconi. Ele já deixou claro que quer vários ministérios para o seu partido, Povo da Liberdade. A menina dos olhos do "Consiliere" é a pasta da Justiça. Em meio a este jogo de interesses, Letta ainda terá de tomar cuidado para que a eleição dos ministros não agrave a crise em seu próprio Partido Democrático. No último fim de semana, o líder da sigla Pier Luigi Bersani pediu demissão do cargo, depois que um quarto de seus correligionários apoiou Giorgio Napolitano nas eleições presidenciais.

De acordo com analistas, o mercado vê com bons olhos a indicação de Enrico Letta para o cargo de primeiro ministro. Nesta quarta-feira, pouco depois da confirmação do cargo a Bolsa de Valores de Roma teve uma alta de 0,4%. Na manhã desta quinta, ela operava em leve baixa, de 0,21%.