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Espanha/Escândalo de corrupção

Rajoy afirma que "se enganou" ao confiar em ex-tesoureiro preso

Cada vez mais encurralado, o chefe do governo de direita da Espanha, Mariano Rajoy, reafirmou nesta quinta-feira que "se enganou" ao confiar no ex-tesoureiro de seu partido Luis Bárcenas, apontado como operador de um esquema de caixa dois no Partido Popular. "Eu me apresento diante dos deputados para prestar esclarecimentos necessários sobre a situação que vivemos", afirmou o premiê, garantindo que desconstruiria "mentiras e manipulações".

Rajoy presta depoimento diante de Parlamento espanhol
Rajoy presta depoimento diante de Parlamento espanhol REUTERS/Susana Vera
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Durante a uma hora em que respondeu às demandas da oposição, ele também se recusou a pedir demissão do cargo, principal exigência da oposição, como ficou claro no discurso de Alfredo Perez Rubalcaba: "Senhor Rajoy, o senhor não disse a verdade aos espanhois. O senhor trouxe vergonha para a Espanha. Por isso, eu exijo que o senhor saia imediatamente", atacou o presidente do Partido Socialista.

Nas palavras de Rajoy, Bárcenas - que se ocupou das finanças de seu partido durante quase 20 anos - não é digno de confiança. Mas, como revelou o jornal El Mundo no último dia 14 de julho, até março, os dois se comunicaram por mensagens de texto. E, no dia seguinte à revelação do jornal, o próprio Bárcenas confirmou em audiência com o juiz Pablo Ruz que o PP tinha uma contabilidade paralela, que realizava pagamentos a vários de seus dirigentes. Mariano Rajoy, entre eles.

De acordo com documentos publicados pela imprensa local, Rajoy teria recebido de empresas privadas um montante anual de 25,2 mil euros entre 1997 e 2008. Quem fazia o intermédio entre as "doações" e seus destinatários era justamente Luis Barcenas. O ex-tesoureiro está preso desde o dia 27 de junho por fraude fiscal e lavagem de dinheiro. Ele mantinha duas contas na Suíça cujos saldos ultrapassavam os 47 milhões de euros.

Apesar de deter maioria no Parlamento, não foi tarefa fácil para Rajoy se explicar já que, além do escândalo de corrupção, a Espanha segue afundada na crise econômica. Se houve um respiro para o governo foi uma ligeira queda do desemprego que passou de 27,16% para 26,6%, no terceiro trimestre.

O premiê ainda admitiu que o partido ofereceu "remunerações complementares" a alguns de seus dirigentes, mas afirmou que elas "são pagas legalmente por trabalhos realizados e incluídas na contabilidade". Passando a bola adiante, ele disse que "declarar essa renda ao fisco é uma responsabilidade individual".
 

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