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Grécia/ governo

Após prisão de neonazistas, ministro grego descarta eleições antecipadas

O governo grego excluiu hoje a realização de eleições antecipadas, após o desmantelamento do partido neonazista Aurora Dourada no final de semana, acusado de estar por trás de diversas “ações criminais” contra imigrantes no país, de acordo com um relatório judicial. A hipótese de novas eleições era evocada para o caso de os 18 deputados do partido pedirem demissão.  

O vice-líder e um dos parlamentares do partido de extrema-direita grego Aurora Dourada, Christos Pappas(centro), foi um dos detidos pela polícia.
O vice-líder e um dos parlamentares do partido de extrema-direita grego Aurora Dourada, Christos Pappas(centro), foi um dos detidos pela polícia. REUTERS/John Kolesidis
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No sábado, foram detidos o fundador do partido e deputado Nikos Michaloliakos, outros cinco deputados da Aurora Dourada e cerca de 15 militantes, acusados de participação em uma “organização criminosa”. O partido conseguiu eleger 18 parlamentares nas últimas eleições legislativas.

“O cenário de eleições antecipadas é inexistente. Seria perigoso para a economia e a estabilidade política do país”, declarou Evangelos Venizelos, vice-presidente do governo e ministro das Relações Exteriores da Grécia. “Ninguém pode provocar uma crise parlamentar”, acrescentou Venizelos, afirmando não acreditar que os deputados da Aurora Dourada “ousariam pedir demissão”.

Conforme o relatório judicial do vice-procurador da Corte Suprema, Charalambos Vourliotis, o partido formou “milícias de ataque”, que nos últimos anos estão por trás de agressões “a imigrantes paquistaneses”. Dois ex-membros do Aurora Dourada relataram os detalhes à Justiça. “Eu participei várias vezes de ações nas quais partíamos em 50 ou 60 motos, com duas pessoas em cada uma. Os que estavam atrás levavam um bastão com a bandeira grega e batiam em todos os paquistaneses que vissem pela frente”, contou um deles, citado no documento.

Morte causou revolta

A prisão dos líderes neonazistas ocorreu depois que a morte de um rapper antifascista, por um apoiador do partido, gerou indignação e protestos por todo o país. O Aurora Dourada, terceiro partido mais popular da Grécia, está sob investigação pelo assassinato de Pavlos Fissas, que morreu após ser esfaqueado duas vezes por um simpatizante do partido. "Vergonha para eles, o povo vai erguer o Aurora Dourada mais alto", disse a jornalistas Ilias Panagiotaros, um parlamentar do partido, antes de sua prisão.

O governo do primeiro-ministro Antonis Samaras resistiu até agora em banir o partido, temendo que isso possa torná-lo ainda mais popular em um momento de crescente irritação diante de novas medidas de austeridade. Em vez disso, tem procurado abalar o grupo, ordenando investigações que possam retirar-lhe recursos estatais.
 

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