Acesso ao principal conteúdo
Ucrânia/ protestos

Rússia critica reunião de Kerry com opositores ucranianos

O vice-primeiro-ministro russo, Dmitri Rogozin, afirmou nesta sexta-feira que a reunião prevista para ocorrer sábado, na Alemanha, entre o secretário de Estado americano, John Kerry, e dirigentes da oposição ucraniana é um "circo". À margem da Conferência sobre a Segurança de Munique, Kerry se encontrará com o ex-campeão de boxe Vitali Klitschko, com o líder do partido da opositora detida Yulia Timoshenko, Arseni Yatseniuk, e com a estrela pop ucraniana Ruslana.

Manifestantes se recusam a sair da Praça da Independência, no centro de Kiev.
Manifestantes se recusam a sair da Praça da Independência, no centro de Kiev. REUTERS/Konstantin Chernichkin
Publicidade

“Em Munique, o secretário de Estado americano Kerry discutirá a situação na Ucrânia com o boxeador Klitschko e a cantora Ruslana. É um circo”, escreveu Rogozin, em sua conta no Twitter. “E por que não convidaram o nazista Tiagnybok?”, questionou Rogozin. Oleg Tiagnybok é outro dirigente opositor, líder do partido nacionalista Svoboda.

“Também deveriam convidar Verka-Serdiutchka para a negociação”, completou, em referência a um cantor de variedades travesti ucraniano. “A Casa Branca deveria ouvir sua opinião e levá-la em consideração”, acrescentou.

O governo da Rússia afirmou em várias oportunidades que qualquer interferência nos assuntos internos da Ucrânia seria inadmissível. As autoridades dos Estados Unidos confirmaram na noite de ontem (30) o encontro de Kerry com a oposição ucraniana.

 Pedido do Exército

Em um comunicado divulgado hoje no site do Ministério da Defesa, o Exército ucraniano pediu ao presidente, Viktor Yanukovitch, que tome “medidas de urgência” para “estabilizar” o país. “Os militares e outros funcionários do Ministério da Defesa julgam inaceitáveis a invasão de prédios públicos e as tentativas de impedir o poder de cumprir suas funções, e nota que uma escalada da contestação ameaça a integridade territorial”, diz o texto.

Os manifestantes pró-europeus continuam ocupando o centro da capital Kiev. Eles pedem a demissão do presidente, Viktor Ianukovitch, que ontem deixou temporariamente o cargo em licença médica.
O chefe de Estado ucraniano enfrenta há dois meses um movimento de contestação sem precedentes, que causou a renúncia do governo na terça-feira, além das pressões opostas da Rússia e da União Europeia. Em uma nota, ele declarou ontem que se retira temporariamente das funções para tratar uma “doença respiratória aguda”.

Anistia em troca de fim dos protestos

Os três principais nomes da oposição - Vitali Klitschko, Arseni Yatseniuk e Oleg Tiagnybok - afirmaram em uma declaração conjunta que Yanukovitch violou a Constituição. Eles denunciam que o presidente "chantageou" os deputados de seu próprio partido, o das Regiões, para que votassem, na quarta-feira, uma lei de anistia aos manifestantes detidos, apesar das reticências de alguns parlamentares. Para que a medida entre em vigor, entretanto, o governo impõe a condição de que os manifestantes se retirem das ruas, das praças e dos prédios públicos da capital, Kiev, e de outras regiões. O prazo determinado para o fim dos protestos é de 15 dias, limite que a oposição se recusa a cumprir.

A Praça da Independência, na capital, se transformou no principal foco simbólico e estratégico das manifestações, e permanece ocupada há vários dias, repleta de barracas, fogueiras e barricadas. Os militantes presentes no centro de Kiev não dão sinal algum de deixar o local, apesar do frio que chega a 20 graus negativos.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.