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Ucrânia/ protestos

Após dois meses de ocupação, manifestantes se retiram da prefeitura de Kiev

A oposição ucraniana começou a se retirar neste domingo (16) da prefeitura da capital, Kiev, após ocupar o local por dois meses, como parte do movimento de contestação do presidente Viktor Yanukovitch, iniciado em novembro. Os militantes cederam devido à liberação de opositores que haviam sido detidos durante os protestos. Uma nova manifestação de grandes proporções é aguardada para este domingo.

Manifestantes ergueram barricadas em torno da praça Maidan, no centro de Kiev.
Manifestantes ergueram barricadas em torno da praça Maidan, no centro de Kiev. REUTERS/Gleb Garanich
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A saída dos manifestantes da prefeitura deve ser concluída até amanhã, e era uma condição exigida pelo governo para conceder anistia aos opositores presos. “A prefeitura foi evacuada”, declarou Ruslan Andriiko, “comandante” da ocupação e membro do partido nacionalista Svoboda. “A revolução continua até a vitória. Se as autoridades violarem os seus compromissos, nós invadiremos de novo a prefeitura, definitivamente”, advertiu.

Alguns minutos depois, o embaixador da Suíça no país entrou no prédio, transformado em uma dos QGs dos manifestantes, assim como a praça Maidan, permanentemente ocupada. “A Suíça, que preside o OSCE [Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa], foi convidada pelas duas partes em conflito para participar do processo de transferência da prefeitura às autoridades”, declarou Christian Schoenenberger, após assinar um ato de entrega do imóvel, sobre uma mesa decorada com as bandeiras ucraniana e suíça.

A retirada foi feita sem transtornos, com os manifestantes deixando adesivos e cartazes de oposição. “Não houve depredação. Esperamos que seja o primeiro passo de uma normalização da situação”, declarou Volodymyr Makeienko, presidente do Conselho Municipal de Kiev.

Estrutura montada dentro da prefeitura

A prefeitura havia sido ocupada em 1º de dezembro, em um dos maiores protestos até agora e durante uma dispersão forçada do movimento pela polícia, no centro de Kiev. Desde então, os opositores instalaram uma cantina e uma enfermaria no local, onde cerca de 700 pessoas passaram a viver.

Os manifestantes ainda ocupam diversos outros prédios, como a Casa dos Sindicatos, cuja evacuação ainda não foi ordenada pelas autoridades. A retirada da prefeitura havia sido exigida na sexta-feira pelo governo, em troca da libertação de 234 manifestantes presos desde dezembro.

As acusações contra eles, entretanto, só serão abandonadas se todos os prédios oficiais forem liberados. Alguns opositores podem ser condenados a 15 anos de prisão.

Um novo protesto de grandes proporções é aguardado para este domingo, pela 11ª vez desde novembro. A manifestação vai se concentrar na praça Maidan, a praça da Independência. No último ato, 70 mil ucranianos estiveram presentes.

 

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