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Ucrânia/Crise

Presidente da Ucrânia deixa Kiev e parlamento analisa pedido de renúncia

Os opositores do presidente ucraniano Viktor Yanukovicht anunciaram neste sábado (22) que tomaram o controle do palácio presidencial, no centro de Kiev. Segundo um dos líderes da oposição, o chefe de Estado deixou a capital. O presidente do parlamento, próximo de Yanukovicht, renunciou ao cargo hoje depois do anúncio de vários deputados do Partido das Regiões, atualmente no poder, de que iriam deixar a legenda.

Um grupo de manifestantes bloqueia o acesso à presidência ucraniana, em Kiev, neste sábado, 22 de fevereiro de 2014.
Um grupo de manifestantes bloqueia o acesso à presidência ucraniana, em Kiev, neste sábado, 22 de fevereiro de 2014. EUTERS/David Mdzinarishvili
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Durante uma sessão extraordinária do parlamento neste sábado, Vitali Klitschko, um dos líderes da oposição e dos protestos contra o governo, informou a saída do presidente Yanukovicht de Kiev, um dia após à assinatura um acordo entre governo e oposição para tentar pôr um fim à crise política que se arrasta há mais de três meses.

O acordo prevê, entre outros pontos, a realização de eleições antecipadas e uma reforma constitucional para aumentar o poder do parlamento do país.

“Ele deixou hoje a capital”, afirmou Klitschko durante a sessão parlamentar convocada pela oposição para apresentar um texto exigindo a renúncia do chefe de Estado. “Milhões de ucranianos só vêem como solução a antecipação de eleições legislativas e presidenciais”, acrescentou.

A agência russa Interfax informou que a residência de Yanukovicht em Kiev estava vazia e sem o forte esquema de segurança na entrada. Neste sábado o presidente tinha agendada uma visita oficial à Kharkiv, no nordeste do país. Uma fonte das forças de segurança governamentais afirmou que o presidente está na Ucrânia, mas sem confirmar sua presença em Kiev.

Situação frágil

A situação continua tensa nas ruas de Kiev na manhã deste sábado apesar do acordo entre governo e oposição. Os manifestantes continuam exigindo a renúncia de Viktor Yanukovicht e a convocação de eleições. Opositores pedem que a votação seja realizada antes do dia 25 de maio.

Um dos líderes de um grupo de extrema-direita bastante ativo durante os protestos das últimas semanas na capital, lançou durante à noite, um apelo para que os manifestantes invadissem o palácio presidencial se Yanukovicht não deixasse o poder neste sábado até às 10 horas da manhã, pelo horário local.

Outros adversários do governo criticaram os líderes da oposição que validaram um acordo com o presidente. O ex-boxeador Vitali Klitschko chegou a pedir desculpas a seus partidários por te aprovado um acordo sem ter ficado completamente convencido e satisfeito.

Milhares de pessoas continuam ocupando neste sábado a Praça da Independência em Kiev, transformada em campo de batalha nos últimos dias. Confrontos entre manifestantes e policiais deixaram ao menos 77 mortos desde terça-feira. Até o momento, não há sinais de que os ocupantes vão desmontar suas barracas do local. Muitos deles não pretendem voltar para casa enquanto Yanukovicht estiver no poder.

Obama e Putin

Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Vladimir Putin, conversaram na noite desta sexta-feira por telefone e concordaram que o acordo assinado entre governo e oposição seja implementado “rapidamente”.

Segundo um responsável pelo Departamento de Estado americano, os dois líderes tiveram uma conversa “construtiva”. Putin teria afirmado à Obama que a Rússia pretende participar do processo de transição política na Ucrânia e ajudar na estabilização da economia do país.

Em um comunicado, o Kremlin afirmou que Vladimir Putin insistiu na “necessidade de adotar medidas urgentes para estabilizar o conflito, destacando a importância de trabalhar com a oposição radical”.
 

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