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Ucrânia/Crise

Militantes pró-russos armados ocupam parlamento e governo regional da Crimeia

Militantes pró-russos armados tomaram o controle do parlamento e do governo regional da Crimeia, na Ucrânia. A Rússia colocou suas tropas próximas da fronteira com o país em alerta e Kiev convocou embaixador russo para pedir respeito a integridade do território ucraniano. O presidente deposto Viktor Yanukovitch, que provavelmente está foragido na Crimeia, declarou hoje a agências de notícias russas que ainda é presidente da Ucrânia.

Partidários rivais realizam protestos em frente ao parlamento ucraniano na Crimeia.
Partidários rivais realizam protestos em frente ao parlamento ucraniano na Crimeia. REUTERS/Baz Ratner
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Um grupo de cerca de pelo menos 50 homens fortemente armados invadiram e ocupam o Parlamento e a sede do governo regional na península da Crimeia, na Ucrânia. Bandeiras russas foram hasteadas nos dois prédios públicos. Em resposta, o ministro ucraniano do interior, Arsen Avakov, colocou a polícia e as forças especiais da região em alerta, mas a ordem do governo ucraniano é evitar confrontos diretos.

Por enquanto, as forças policiais cercam, do lado de fora, os prédios, mas não tentaram entrar nos edifícios. Testemunhas relataram à imprensa local que as portas do Parlamento estão trancadas por dentro e que o grupo armado usa móveis como barricada. Apesar de estarem armados, os homens entraram nos dois prédios sem fazer vítimas, mas a tensão é palpável na cidade.

Confrontos entre pró-russos e pró-europeus em Simferopol

Ontem, cerca de 5 mil pessoas entre manifestantes pró-Rússia e partidários do novo governo interino ucraniano protestaram nas ruas de Simferopol, capital da região. Uma pessoa morreu nesses protestos, mas a causa da morte ainda não foi revelada.

Para evitar a escalada da violência, o ministro do Interior escreveu em sua página no Facebook que é importante manter "o sangue frio" nesse momento e evitar "confrontos armados" que poderiam provocar um "banho de sangue".

Rússia se posiciona militarmente na região

O presidente russo Vladimir Putin ordenou de surpresa que suas tropas das regiões oeste e central – todas próximas da Ucrânia – ficassem em alerta e estivessem preparadas para o combate. Pelo twitter, a diplomacia russa afirmou hoje de manhã que o exército do país "reagirá com força e de forma intransigente" se os direitos dos seus cidadãos forem ameaçados.

O presidente ucraniano interino Olexandre Tourtchinov reagiu e pediu que as tropas russas que estão no Mar Negro respeitem os tratados e não avancem para além das fronteiras delimitadas. Kiev convocou o embaixador russo para pedir respeito à integridade do território ucraniano.

A Rússia também acenou hoje com um pacote de ajuda de 5 bilhões de dólares para a empresas russas instaladas na região.

Crimeia e Rússia têm relações históricas

A Crimeia foi um presente que o então líder soviético Nikita Khrushchev ofereceu à Ucrânia em 1954. Desde então, a região tem status autônomo dentro da Ucrânia. Uma boa parte da população fala russo e tem fortes elos com a Rússia. Esse grupo, inclusive, pede a realização de um referendo sobre o status da Crimeia.

A Criméia ainda é um dos os últimos redutos de apoio ao presidente deposto Viktor Yanukovitch que, segundo as últimas informações, estaria escondido na região. Mas nem todos são pró-Rússia. Uma importante minoria muçulmana hostiliza a Rússia.

Yanukovitch diz que ainda é presidente

Sem revelar onde está foragido, Viktor Yanukovitch declarou hoje a agências de notícias russas que ainda é presidente da Ucrânia. Ele também pediu para a Rússia garantir a segurança dele. Viktor Yanukovitch foi deposto há quase uma semana, depois de mais de três meses do movimento de contestação contra seu governo. Os deputados ucranianos devem aprovar hoje o novo governo pró-europeu.

 

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