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Rússia/Ucrânia

Putin diz que uso da força na Crimeia não é necessário no momento

O presidente russo, Vladimir Putin, fez hoje a primeira declaração pública desde a destituição do presidente ucraniano Viktor Yanukovitch, há dez dias. Putin, que ordenou uma intervenção militar na Crimeia, península ucraniana de maioria russa, disse que por enquanto o uso da força militar na região não é necessário. Mas reiterou que se for o caso, não vai hesitar em usar sua capacidade ofensiva.

O presidente russo, Vladimir Putin.
O presidente russo, Vladimir Putin. Reuters/Maxim Shemetov
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Em entrevista à imprensa, o líder russo disse que Yanukovitch é o único presidente legítimo da Ucrânia e denunciou um golpe de Estado "inconstitucional" no país vizinho, com uso de armas. Segundo Putin, os grupos armados que "tomaram o controle" da Crimeia são "forças locais de autodefesa" e não soldados russos.

Com relação a Yanukovitch, o chefe do Kremlin disse que o presidente deposto não tem futuro político na Ucrânia, embora tenha sido destituído por um golpe, na visão de Moscou. Yanukovitch se refugiou na Rússia depois de sofrer um impeachment no parlamento, após comandar uma onda de repressão que deixou uma centena de mortos entre manifestantes pró-União Europeia.

Os seis mil militares russos enviados à Crimeia continuam mobilizados, mas Putin nega que seus homens estejam cercando bases militares ucranianas. Ele garantiu que não irá atiçar iniciativas separatistas na Crimeia.

Fim das manobras perto da fronteira

Um pouco mais cedo nesta terça-feira, Putin ordenou que as tropas russas que faziam manobras no oeste da Rússia, na fronteira com a Ucrânia, retornassem às suas bases. Os exercícios militares haviam começado na quarta-feira, para verificar a aptidão ao combate dos 150 mil soldados russos na região. O encerramento das manobras aconteceu dentro do prazo inicialmente previsto. Moscou afirma que esses exercícios militares não tinham relação com a crise na Ucrânia.

O recuo de Moscou acontece no dia seguinte que os Estados Unidos suspenderam a cooperação militar com a Rússia, com o objetivo de pressionar Putin a acabar com a intervenção na Crimeia, considerada uma violação do direito internacional.

O presidente americano, Barack Obama, disse que a Rússia "está do lado errado da história" e ameaçou aplicar sanções econômicas e diplomáticas para isolar Moscou. O secretário de Estado John Kerry fará uma visita de algumas horas a Kiev, nesta terça-feira, para demonstrar apoio ao governo interino ucraniano e oferecer um pacote de ajuda financeira ao país.

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