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Ucrânia/Rússia

Comboio militar russo ocupa base ucraniana na Crimeia

Um comboio de cerca de 50 caminhões transportando centenas de soldados russos chegou neste sábado (8) a uma base do exército ucraniano perto de Simferopol, capital da república autônoma da Crimeia. Segundo jornalistas da agência Reuters, o comboio era escoltado por oito veículos blindados e acompanhado por duas ambulâncias e caminhões de combustível.

Homem armado, provavelmente um soldado russo, na base naval de Yevpatorya, na Crimeia.
Homem armado, provavelmente um soldado russo, na base naval de Yevpatorya, na Crimeia. REUTERS/David Mdzinarishvili
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Moscou afirma que não enviou tropas a Crimeia, além das que já estão normalmente baseadas em Sebastopol, quartel-general da frota russa no mar Negro. Segundo o governo de Kiev, a Rússia enviou 30 mil soldados à península, com o objetivo de anexá-la. Para Washington, as tropas mandadas por Moscou giram em torno de 20 mil.

Tiros para o alto

Observadores militares da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) deram meia-volta neste sábado (8), ao tentar entrar, pela terceira vez em três dias, na Crimeia, após tiros dados para o alto disparados um posto de controle.

A missão da OSCE enviada à Ucrânia a pedido de autoridades ocidentais e de Kiev, é formada por 47 militares de 25 dos 57 países membros da organização. O objetivo é tentar acalmar os ânimos na região fortemente direcionada para a Rússia.

A tensão aumentou ainda mais na quinta-feira (6), quando o parlamento local anunciou que vai realizar um referendo no dia 16 de março. Os habitantes da Crimeia poderão optar entre a independência da região ou a anexação da região à Rússia. A iniciativa foi elogiada por Moscou.

Diálogo

A Rússia está aberta a um diálogo sobre Ucrânia "honesto, de igual para igual", com as potências estrangeiras, declarou neste sábado o chanceler russo, Sergei Lavrov, durante uma coletiva de imprensa em Moscou.

"Estamos prontos para continuar o diálogo, desde que seja um diálogo honesto entre parceiros iguais", insistiu, acrescentando que "essa crise não foi causada por nós, ela foi provocada, apesar de nossas repetidas advertências".

O chefe da diplomacia russa lançou um novo ataque contra o governo ucraniano, que assumiu o poder após a destituição do presidente Viktor Yanukovich, dizendo que o terror e o caos reinam no país. "Este chamado governo interino não é independente, infelizmente depende dos nacionalistas radicais que tomaram o poder pela força".

Paralelamente, o ministério da Defesa russo anunciou que estuda suspender as inspeções estrangeiras de seu arsenal de armas estratégicas, incluindo os mísseis nucleares, em resposta às ameaças dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a respeito da crise na Ucrânia.

Reduto

Em meio à tensão, partidários da Rússia se mobilizaram neste sábado nas ruas de Donetsk, reduto de língua russa no leste da Ucrânia. Mais de mil manifestantes se reuniram no início da tarde na praça Lênin, em apoio à Rússia.

"Queremos um referendo para nos juntarmos à Rússia, porque nós sabemos que o nível de vida é bem mais alto lá do que aqui ", afirmou uma aposentada que estava na manifestação à agência France Presse.

Donetsk, capital da região de carvão de Donbass, na fronteira com a Rússia, registra há vários dias tensões entre partidários de Moscou e defensores da unidade da Ucrânia.

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