Polícia divulga vídeos do ataque ao Museu Judaico de Bruxelas
A polícia belga divulgou neste domingo (25) três vídeos do ataque deste sábado ao Museu Judaico de Bruxelas, que deixou três pessoas mortas e uma gravemente ferida. Em Israel, o Papa Francisco prestou solidariedade às vítimas, e na França, a segurança foi reforçada diante do temor de novas ações antissemitas.
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As imagens em preto e branco divulgadas pela polícia federal belga mostram o autor do atentado atirando com um fuzil kalachnikov dentro do estabelecimento. O homem foi descrito pela polícia como ''um indivíduo de porte médio, atlético, que se move com desenvoltura.'' Ele aparece com um boné e óculos escuros, segurando duas sacolas, e seu rosto só é visível em um dos vídeos. Seus traços, entretanto, são difíceis de serem identificados.
As imagens, fornecidas por uma câmera de segurança dentro do museu, mostram o homem avançando no corredor. Em seguida, ele abre a porta de uma sala e se abaixa para pegar a arma, atira várias vezes e sai correndo. A polícia, que não pôde identificar o agressor, pediu à população que ajude a encontrá-lo, e criou uma linha telefônica para as testemunhas.
"A prioridade das prioridades é encontrar esse homem. Devemos impedi-lo de cometer novos atos", declarou a ministra do Interior Joelle Milquet. "É preciso tranquilizar os membros da comunidade judaica", disse. Mesmo sem afirmar categoricamente que o ataque se trata de um ato antissemita, o governo belga reforçou a segurança em sinagogas, escolas e centros culturais judaicos. O nível de alerta também subiu para 4, o mais elevado.
Na França, onde dois integrantes da comunidade judaica foram agredidos ontem na saída de uma sinagoga em Créteil, na região parisiense, o ministro do Interior francês Bernard Cazeneuve também anunciou medidas de segurança. O presidente François Hollande também declarou que ‘’fará tudo’’ para tranquilizar a comunidade judaica que vive no país.
O ataque de sábado deixou três mortos. A quarta vítima, um jovem recepcionista, está hospitalizado em estado grave. Os mortos são um casal de turistas israelenses e uma francesa que trabalhava como voluntária no local.
Ataque choca Bélgica
O ataque chocou a Bélgica e ofuscou as eleições europeias, disse o premiê Elio Di Rupo. Hoje, flores e velas foram colocadas em frente ao local em homenagem às vítimas.
Em Israel, onde chegou agora à tarde, o Papa Francisco expressou sua tristeza , denunciando um "ato criminal de ódio antissemita". Já o premiê israelense Benjamin Netanyahu afirmou que a ação "era resultado de uma incitação ao ódio permanente contra os judeus e Israel."
O Congresso Judaico Europeu lembrou que o tiroteio acontece dois anos depois do ataque de Mohamed Merah, o militante extremista que matou quatro membros da comunidade judaica em uma escola em Toulouse, no sul da França, em 2012.
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