Separatistas pró-russos atacam aeroporto de Lugansk

Um dia após a posse do novo presidente, Ucrânia volta a ter um dia violento. Na noite de sábado e neste domingo pela manhã (8), separatistas pró-russos atacaram o aeroporto internacional de Lugansk que continua a ser controlado pelas forças do exército ucraniano.

Separatista pró-russo com um lança-granadas em um posto abandonado da fronteira com a Rússia em Chervonopartyzansk. REUTERS/Shamil Zhumatov

Com os ataques, os separatistas pró-russos parecem querer passar a mensagem de que não aceitam o governo central ucraniano nem o recém-empossado presidente Petro Porochenko. "Os rebeldes atacarem ontem à noite e hoje de manhã. Eles tentaram destruir o prédio que assegura a alimentação elétrica do aeroporto. Do nosso lado, não houve feridos”, afirmou um dos paraquedistas do exército ucraniano. “Essa é a primeira vez que acontece um ataque desse tipo contra o aeroporto. Só aconteciam pequenos combates », completou. Até o momento, nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques.

 Em maio passado, rebeldes autoproclamaram a independência da “República de Lugansk”. O aeroporto da cidade é um dos poucos prédios importantes que não estão nas mãos dos separatistas. Os grupos pró-russos dominam em grande parte das cidades do leste da Ucrânia e conseguiram assumir o controle de vários postos na fronteira com a Rússia.

Na região vizinha, outro grupo declarou a independência da “República de Donetsk”. Também no aeroporto internacional da localidade, confrontos violentos entre rebeldes e forças do governo foram registrados. Dezenas de insurgentes, na maioria de nacionalidade russa, morreram.

Negociações diretas

O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, declarou hoje à imprensa que apenas negociações « diretas e substanciais » entre a Rússia e a Ucrânia poderão resolver a crise ucraniana. Steinmeier afirmou que a eleição presidencial do dia 25 de maio e o encontro entre Petro Porochenko e o presidente russo Vladimir Putin na última sexta-feira são encorajadores, mas reconheceu que a solução do conflito ainda “está longe”.

Nesta terça-feira (10) Steinmeier tem um encontro com seu homólogo russo, Sergueï Lavrov.