Kiev e separatistas assinam memorando por um cessar-fogo durável
Representantes do governo ucraniano e dos separatistas pró-russos do leste do país assinaram na manhã deste sábado (20) um memorando de paz. O acordo deve permitir a instauração de um cessar-fogo duradouro e cria uma zona desmilitarizada de 30 quilômetros. No entanto, após a assinatura do memorando, novos incidentes vieram mais uma vez ameaçar a frágil trégua entre os dois campos.
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As discussões sobre o memorando de paz para o leste da Ucrânia aconteceram em terreno neutro, em Minsk, capital de Belarus. Foram necessárias sete horas de negociações para que Kiev e os separatistas do leste ucraniano chegassem a um acordo que tem dois pontos principais: o cessar-fogo e a zona desmilitarizada.
Trégua frágil
O documento de hoje reafirma o acordo por uma trégua permanente, firmado no dia 5 de setembro entre Kiev e os separatistas, mas que não tem sido sistematicamente cumprido.
Desde então, 34 pessoas, entre civis e militares dos dois campos, morreram em diversos ataques. E neste sábado, novos incidentes vieram ameaçar a trégua.
Fortes explosões atingiram uma usina de armas, controlada por forças separatistas pró-russas, perto de Donetsk, apenas algumas horas após a assinatura do memorando de paz.
Zona desmilitarizada
A zona desmilitarizada, entre o leste separatista e o território controlado por Kiev, terá 30 quilômetros de largura. Concretamente, a posição atual de cada campo deverá recuar 15 quilômetros. Esse corredor de segurança será vigiado pela Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).
As duas partes também acertaram a proibição de utilizar armas pesadas em zonas urbanas. O sobrevoo da área desmilitarizada por aviões militares, assim como a colocação de minas terrestres nas suas imediações também foram interditados.
Questões políticas
No entanto, o memorando de paz para o leste da Ucrânia não aborda questões importantes com o status das regiões separatistas de Lugansk e Donetsk. Os dois campos parecem não conseguir chegar a um acordo sobre o tema. Kiev propõe um “status especial” para o leste do país. Os separatistas ainda não estão convencidos e, por enquanto, o diálogo continua.
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