Novas negociações entre Grécia e Eurogrupo terminam sem avanços concretos
A reunião dos ministros das Finanças da zona do euro na noite de segunda-feira (9) durou apenas uma hora e mostrou o descompasso entre as expectativas do Eurogrupo e da Grécia. Após anunciar que as discussões técnicas sobre as reformas propostas por Atenas irão começar na quarta-feira (11), em Bruxelas, o governo grego comemorou o saldo positivo do encontro. Já o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, deixou transparecer um certo tom de impaciência, ao ressaltar que “a Grécia deveria parar de perder tempo” e se engajar seriamente nas negociações.
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Letícia Fonseca, correspondente da RFI em Bruxelas
Na coletiva à imprensa, Dijsselbloem frissou que pouco progresso foi feito desde o acordo para prolongar o programa de financiamento grego, negociado há duas semanas. A Grécia enviou ao Eurogrupo um documento com medidas para gerar mais receita e controlar as despesas públicas.
Bruxelas quer passos mais concretos. Os credores internacionais – Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional – só devem liberar os € 7 bilhões quando as reformas começarem a ser implementadas.
Grécia corre contra o relógio
Mas Atenas tem pressa e corre contra o relógio. Há dívidas a serem honradas antes do final de abril. Sob pressão, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, adiantou que vai entregar novas medidas.
Depois da polêmica entrevista onde admitiu que a Grécia poderia convocar novas eleições ou mesmo um referendo sobre o euro se não houvesse acordo com os credores, Varoufakis teve uma participação bastante discreta na reunião. Evitou dar declarações, contrariando o estilo midiático de suas aparições.
Na próxima sexta-feira (13), o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras desembarca em Bruxelas para uma reunião com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
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