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Itália/ religião

Em Nápoles, papa Francisco diz que corruptos “fedem”

O papa Francisco fez um duro apelo para que a cidade de Nápoles enfrente desafios como a corrupção – que “fede” segundo ele – e a “escravidão” do trabalho ilegal e a economia informal, muito comuns na região. Referindo-se indiretamente aos mafiosos da Camorra, o pontífice convidou-os a se “converterem ao amor e à justiça”.

Papa passeou por bairros pobres da cidade, a bordo do papamóvel.
Papa passeou por bairros pobres da cidade, a bordo do papamóvel. REUTERS/Ciro De Luca
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Em uma aguardada missa na manhã deste sábado (21), o papa criticou o tráfico de drogas e exortou Nápoles a promover uma “primavera”, em busca de um “futuro melhor”. Foi a primeira vez que Jorge Bergoglio visitou a cidade, no sul da Itália.

O líder da igreja católica passeou pelas ruas a bordo do papamóvel aberto, acompanhado do cardeal de Nápoles, Crescenzio Sepe. Milhares de pessoas o aguardavam nas calçadas, com bandeiras do Vaticano. Um forte esquema de segurança foi montado para protegê-lo – a imprensa local afirma que 3 mil policiais foram mobilizados.

“Como um animal morto, a corrupção fede, a sociedade corrompida fede, e um cristão que deixa a corrupção entrar nele também fede”, disse, diante de cerca de 100 mil fiéis, na praça Plebiscito. “Sempre é possível retornar para uma vida honesta. Quem pede isso são as mães, às lágrimas, nas igrejas de Nápoles”, declarou Francisco.

O público, eufórico, aplaudiu muito as palavras do papa, que ressaltou que a vida na cidade “nunca foi fácil”, mas a grande virtude da população napolitana é a sua “alegria”. Desde que assumiu o posto, o pontífice têm enfrentado as organizações mafiosas italianas e incitado as instituições do país a acabaram com qualquer tipo de colaboração com os criminosos.

Sociedade roubada

Mais cedo, o pontífice visitou o bairro pobre de Scampia, onde disse que “nós todos temos a possibilidade de sermos corrompidos e escorregarmos para o crime”. Sentado em meio a centenas de crianças, ele argumentou que “aqueles que pegam o caminho do mal roubam um pedaço de esperança deles mesmos, da sociedade, da reputação da cidade e da economia”.

A situação dos imigrantes ilegais que chegam da África também foi abordada no discurso.”Eles são cidadãos, não cidadãos de segunda classe. Nós somos todos migrantes, filhos de Deus, no caminho da vida. Ninguém tem um domicílio fixo neste mundo”, destacou.
 

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