BCE eleva em €1,8 bi o teto de financiamento para bancos gregos
Pela segunda vez em uma semana, o Banco Central Europeu (BCE) elevou o teto de assistência emergencial de liquidez que os bancos da Grécia podem retirar do seu banco central. A decisão foi tomada após uma reunião extraordinária nesta sexta-feira (19), diante do recorde de saques da população nos últimos dias.
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Mais de €4 bilhões em uma semana. Este foi o montante dos saques bancários dos gregos, impulsionados pelo temor de que o governo não chegue a um acordo com as instituições credoras. Somente na quinta-feira (19), €1 bilhão foi retirado, razão pela qual o banco central grego pediu à BCE para elevar o teto da assistência emergencial de liquidez. O BCE atendeu a demanda, aumentando o valor que os bancos gregos podem emprestar do seu banco central. Esta é a única maneira dos bancos poderem abrir na segunda-feira (22) com dinheiro em caixa.
Clima de incerteza
"Nós esperamos o melhor, mas estamos preparados para o pior", declarou o ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, refletindo o estado de espírito do bloco europeu depois do fracasso da reunião do Eurogrupo. O cenário é catastrófico: em 30 de junho a Grécia pode falhar no reembolso de €1,6 bilhão ao Fundo Monetário Internacional (FMI); se isso acontecer, o Fundo não dará um prazo suplementar e o país pode ir à falência.
Credores nervosos
Depois de cinco meses de discussões, nenhum acordo foi obtido entre a Grécia e seus credores, o FMI, o BCE e a Comissão Europeia. As propostas de Atenas são consideradas insuficientes, especialmente na redução do valor das aposentadorias e na alta dos impostos; com essas medidas, os credores esperam economizar 1% do PIB do país. Do lado grego, as propostas representam somente 0,04% do PIB.
Devedores e inflexíveis
Do lado dos gregos, o questionamento é radical: depois de cinco anos de política de rigor, sem resultados, o que se pode esperar? No país, 2/3 dos aposentados vivem na miséria, a taxa de desemprego atinge 27% da população ativa e os salários foram reduzidos em 1/3. "Demos o bastante", argumenta o governo grego.
Desde a chegada ao poder do Partido Syriza, foi relançado o processo de ativar a economia e renegociar a dívida. Mas a Grécia não tem mais dinheiro e precisa de uma parte da ajuda internacional para honrar os compromissos.
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