Acesso ao principal conteúdo
Revista de Imprensa

“Epidemia, economia": O dilema de Emmanuel Macron

Publicado a:

As manchetes dos jornais franceses desta quarta-feira estão centradas na intervenção televisiva do Presidente Emmanuel Macron esta noite. Le Figaro escreve, em manchete, “Epidemia, economia: A escolha de Macron”, enquanto o Libération titula “Combater a covid e a precariedade: impossível ao mesmo tempo”.

Le Figaro. 14 de Outubro de 2020.
Le Figaro. 14 de Outubro de 2020. © Le Figaro
Publicidade

Le Figaro escreve: “Epidemia, economia: Macron na hora da escolha”. O jornal conservador explica que confrontado com o agravamento da situação sanitária, o chefe de Estado “espera criar um electrochoque, nomeadamente nas grandes cidades”.

O diário escreve, ainda, em primeira página, que os hospitais estão sob alta tensão e que uma em cada cinco camas de cuidados intensivos são para pacientes com covid-19. A situação é particularmente preocupante na região Île-de-France, onde 40% das camas estão ocupadas por doentes com o novo coronavírus.

No editorial, o jornal considera que a questão que se impõe é: porque é que em vez de se fechar bares e restaurantes, não se aumenta o número de camas de cuidados intensivos nos hospitais? Le Figaro recorda que essa foi a promessa do ministro da Saúde antes do Verão  mas que não foi cumprida. O diário destaca, ainda, que o pessoal hospitalar, já exausto da primeira vaga de covid-19, está desiludido com as promessas por cumprir.

O Libération titula “Combater a covid e a precariedade: impossível ao mesmo tempo”. O diário escreve que o chefe de estado vai tentar conciliar as exigências sociais e sanitárias esta noite e deixa a questão: “Dez milhões de pobres no final do ano?”. O Libération fala, ainda, na primeira página da possibilidade de um recolher obrigatório e expõe o exemplo da Guiana e o que chamou de “confusão alemã”.

O jornal Le Parisien titula “Recolher obrigatório, confinamentos locais: As pistas de Macron para travar a segunda vaga”. Em editorial, o diário alerta que “os franceses estão preocupados com uma pandemia que parece fora de controlo” e que o país está dividido em dois: metade considera a crise sanitária como o assunto mais urgente, enquanto a outra metade vê o resgate da economia como o mais importante.

Em chamada de primeira página, Le Parisien titula, ainda, “VTC, Táxis: motoristas conduzem com covid”. O jornal publica o testemunho de um motorista que trabalhou infectado porque tinha de pagar as contas. Também uma representante do sindicato do sector explica que os condutores têm “mais medo da crise que do coronavírus.”

L’Humanité escreve em manchete “Testar, identificar, isolar: o fiasco” em referência às medidas que tinham sido apontadas pelo governo para travar os casos de covid-19.

O diário considera, ainda, que um recolher obrigatório – como na Guiana francesa e em várias cidades alemãs - seria “hipócrita e contraprodutivo” porque a população se vai concentrar ainda mais às horas autorizadas, com o risco de filas nos supermercados, por exemplo.

O jornal explica que o instaurar um recolher obrigatório alimenta a ideia “falsa” de que as contaminações acontecem nos bares e restaurantes e durante a noite, quando os dados das autoridades sanitárias mostram que os principais focos de contaminação são as empresas, as escolas, as universidades e a esfera familiar alargada. O jornal cita mesmo um deputado da oposição que ironizou que as pessoas passariam a ser obrigadas a fecharem-se em casa mais cedo, mas no dia seguinte amontoar-se-iam nos transportes públicos para irem trabalhar...

Outros temas em destaque na imprensa francesa... 

Le Monde chama à primeira página o título: “A América face às teorias da conspiração” e explica que o movimento QAnon, nascido nas redes sociais em 2017, aumentou de forma impressionante este ano nos Estados Unidos graças ao Facebook e que a crise sanitária e social aumentou exponencialmente o impacto deste grupo, sobretudo junto dos apoiantes de Donald Trump em plena campanha para as presidenciais.

Nas páginas interiores do vespertino, destaque para uma reportagem intitulada “O pastor de Bolsonaro”. “Silas Malafaia é um dos líderes evangélicos mais conhecidos no Brasil. Reputado pelas suas teses radicais, pelo seu pendor para o espectáculo e pela sua imensa fortuna, ele acompanhou e apoiou a ascensão do presidente de extrema-direita”, escreve Le Monde.

La Croix faz manchete com as prisões e escreve que “recentes decisões jurídicas deverão fazer respeitar os detidos que estão presos em condições indignas”.

Nas páginas interiores, La Croix questiona a libertação de mais de 200 jihadistas no Mali em troca da libertação de quatro reféns, incluindo o líder da oposição maliana Soumaïla Cissé e a francesa Sophie Pétronin.

Em chamada de primeira página do Figaro, também o Mali, onde “os golpes de Estado sucedem-se e assemelham-se”. Nas páginas interiores, pode ler-se que o golpe de Agosto que depôs o presidente Keïta faz lembrar o de 2012 que fez cair o seu antecessor. “Ainda que os militares das duas juntas sejam diferentes, as causas são muito próximas”.

No Humanité, uma reportagem intitulada “A escola trata mal a história da escravatura”. O jornal defende que vinte anos depois do reconhecimento da escravatura como crime contra a humanidade, o seu ensino continua desigual e parcial.

No desportivo l’Equipe, a manchete vai para o jogo desta noite entre a selecção francesa e a Croácia, num estádio croata com 7.000 espectadores. Portugal também joga esta noite contra a Suécia, mas sem Cristiano Ronaldo que testou positivo à covid-19, escreve o diário.

05:23

Revista de Imprensa 14/10/2020

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Ver os demais episódios
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.