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Festival de Cinema de Cannes

Festival de Cannes: Palma de Ouro de "Titane"

No final do Festival Internacional de Cinema de Cannes, depois do filme de cariz fantástico e social da Coreia do Sul "Parasita", último galardoado em 2019 com a Palma de ouro, este sábado foi novamente premiado um filme algo transgressivo, "Titane", rodado por uma realizadora ainda pouco conhecida, a francesa Julia Ducournau, 37 anos.

A realizadora Julia Ducournau, Palma de ouro pelo filme «Titane», juntamente com o seus actores principais, Vincent Lindon e Agathe Rousselle.
A realizadora Julia Ducournau, Palma de ouro pelo filme «Titane», juntamente com o seus actores principais, Vincent Lindon e Agathe Rousselle. © John MACDOUGALL / AFP
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Para além de ter decorrido ainda em plena pandemia, a edição 2021 do Festival de Cannes, teve a particularidade de premiar uma mulher pela segunda vez da sua história, 28 anos depois da realizadora neozelandesa Jane Campion ter recebido a Palma de ouro por "The Piano". O suspense contudo não durou muito tempo, uma vez que o presidente do júri, o realizador americano Spike Lee, falou antes do tempo logo no começo da cerimónia de entrega.

Entre os 24 filmes que estavam a concorrer para a Palma de ouro, apenas quatro eram realizados por mulheres. Um deles,"Titane", fábula "gore" assumidamente inspirada do universo de David Cronenberg, tem como protagonista uma assassina em série que tem fetiche por carros e muda de género. Aquando da sua projecção no festival, houve desmaios e náuseas. O filme proibido aos menores de 16 anos não será para todos os estômagos. Ao agradecer o júri, a jovem realizadora Julia Ducournau considerou que "isto é o reconhecimento da necessidade visceral de um mundo mais inclusivo e mais fluido".

Um prémio pós-"me too", numa edição em que a juventude e a exploração da identidade estiveram muito presentes e valorizadas. O prémio de interpretação feminina foi para a norueguesa Renate Reinsve, 33 anos, pela sua interpretação de uma jovem à procura dela própria em "Julie em 12 capítulos" de Joachim Trier. O prémio de interpretação masculina recaiu sobre o americano Caleb Landry Jones, 31 anos, pela sua interpretação de um marginal prestes a cometer uma das piores chacinas da história da Austrália, no filme "Nitram".

Dois realizadores partilharam o Grande Prémio do júri, o finlandês Juho Kuosmanen e o iraniano Asghar Farhadi que aproveitou a tribuna de Cannes para lançar um apelo "para que se despertem as consciências no seu país". Entretanto, o prémio da encenação foi para o realizador francês Leos Carax pela sua comédia musical "Annette", com a actriz francesa Marion Cotillard e cuja banda sonora foi assinada pelo grupo americano Sparks.

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