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#Julgamento do atentado de Nice

França: Começou o julgamento do atentado de Nice

Arrancou, esta segunda-feira, em Paris, o julgamento do ataque terrorista de Nice de 14 de Julho de 2016. Nessa noite, um camião foi contra a multidão que ia assistir ao fogo-de-artifício da festa nacional francesa, matando 86 pessoas e ferindo mais de 450. O motorista Mohamed Lahouaiej-Bouhlel acabou abatido pela polícia e o ataque foi reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico. 

Sala de audiências no Palácio da Justiça de Paris. 5 de Setembro de 2022.
Sala de audiências no Palácio da Justiça de Paris. 5 de Setembro de 2022. AFP - VALERY HACHE
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O julgamento acontece no Palácio da Justiça, em Paris, na mesma sala onde decorreram, durante meses, as audiências dos atentados de 13 de Novembro de 2015. O ataque de 14 de Julho de 2016, em Nice, foi o mais sangrento em França depois dos atentados de 13 de Novembro de 2015 contra o Bataclan, as esplanadas de cafés de Paris e o Stade de France.

Nessa noite, o tunisino Mohamed Lahouaiej-Bouhlel conduziu um camião contra a multidão que ia assistir ao fogo de artifício da festa nacional francesa, matando 86 pessoas, incluindo 15 crianças e adolescentes, e deixando mais de 450 feridos. Ao fim de quatro minutos e 17 segundos, Mohamed Lahouaiej-Bouhlel morreu baleado pela polícia.

No banco dos réus estão oito pessoas, suspeitos de associação terrorista. Os principais são Ramzi Kevin Arefa, Chokri Chafroud e Artan Henaj, que comparecem detidos e são acusados de associação terrorista: o primeiro incorre numa pena de prisão perpétua e os dois outros incorrem numa pena de 20 anos de prisão.

O ministério público sustenta que eles teriam "ajudado na preparação" do atentado, apontando a "grande proximidade" com o autor e o conhecimento da sua adesão à "ideologia do jihad armado". Ainda assim, o inquérito não permitiu determinar se eles tinham conhecimento do projecto de atentado e, por isso, nenhum deles é acusado de cumplicidade de assassínio ou tentativa de assassínio.

Maksim Celaj, Endri Elezi, Mohamed Ghraieb e Enkeledja Zace comparecem sob controlo judicial. Um dos réus vai ser julgado à revelia porque fugiu para a Tunísia. Esses cinco incorrem numa pena de cinco a dez anos de prisão e são acusados de associação criminosa e infracções à legislação sobre as armas.

Do lado das vítimas, 865 pessoas constituíram-se como partes civis.

Está previsto que as audiências decorram até 16 de Dezembro.

Catarina Barros, advogada em Nice de vítimas do ataque, conta que o julgamento era aguardado com alguma impaciência por algumas pessoas, mas outras receavam a data por reabrir feridas que ficaram por sarar. Oiça aqui.

 

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Catarina Barros, advogada em Nice, 05/09/2022

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