Cruz Vermelha Francesa e associação 'Restos du Coeur' em dificuldade financeira
Organismos de solidariedade como a Cruz Vermelha Francesa ou os 'Restos du Coeur', associação existente há quarenta anos que assegura 35% do apoio alimentar em França, deram conta das suas dificuldades financeiras nestes últimos dias. Uma situação perante a qual o governo e o sector privado prometeram desbloquear milhões de Euros.
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Nesta segunda-feira, a Cruz Vermelha francesa deu conta de um aumento de 7% das pessoas necessitando apoio no primeiro semestre deste ano, depois de já ter registado no ano passado um aumento em 22% do número de pessoas a precisar de ajuda. Uma situação perante a qual, a Aliança Federal do banco 'Crédit Mutuel' anunciou hoje que iria doar 7,5 milhões de Euros a esta instituição e 5 milhões a bancos alimentares, o grupo bancário recordando, por outro lado, que desbloqueou em Março 5 outros milhões de Euros a favor dos 'Restos du Coeur'.
No domingo, Patrice Douret, presidente desta associação caritativa criada em 1985 pelo humorista Coluche, reconheceu que ela "não é suficientemente sólida actualmente para absorver o fluxo de pessoas que precisam de apoio alimentar" e que, para continuar a sua actividade, precisa de 35 milhões de Euros.
Ao indicar que houve um aumento "muito importante" do número de pessoas que precisam de ajuda e que os "custos de funcionamento também subiram" devido à inflação, o dirigente associativo disse que os 'Restos du Coeur' teriam que reduzir o número de beneficiários e que "se nada fosse feito, poderiam ter que encerrar daqui a três anos".
Neste âmbito, o governo anunciou logo no domingo que iria desbloquear 15 milhões de Euros para ajudar esta associação, mais 6 milhões de Euros para associações que ajudam as crianças.
Já esta segunda-feira, respondendo a um apelo à solidariedade feito pelo executivo, a família Arnault que é considerada a mais rica do mundo, anunciou uma ajuda de 10 milhões de Euros aos 'Restos du Coeur', isto "sem contrapartidas fiscais", indicou a família proprietária do gigante do luxo LVMH, antecipando críticas à esquerda do xadrez político, com algumas vozes entre os verdes e os comunistas a reclamarem "mais justiça social e menos caridade".
De acordo com o INSEE, Instituto Nacional de Estatística e Estudos Económicos, um pouco mais de 9 milhões de pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza em França, o que representa 14,6% da população deste país que é considerado a sétima potência económica mundial, o FMI avaliando o seu PIB em cerca de 2800 biliões de Dólares este ano, contra 25 mil biliões para os Estados Unidos, a primeira potência mundial.
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