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França

Início do julgamento de seis adolescentes envolvidos no assassinato de Samuel Paty

Abriu-se hoje em Paris o primeiro processo relativo ao assassinato por decapitação de um professor de história, Samuel Paty, por um jovem jihadista de origem chechena em 2020. Um caso que na altura suscitou uma onda de choque por todo o país. Neste primeiro processo, estão no banco dos réus estão seis antigos alunos do colégio dos arredores da capital onde trabalhava a vítima. Um outro processo previsto nem finais do ano que vem deverá julgar oito adultos implicados neste caso.

Foi instalada uma placa de homenagem ao professor Samuel Paty em Conflans-Sainte-Honorine, no dia 16 de Outubro de 2023.
Foi instalada uma placa de homenagem ao professor Samuel Paty em Conflans-Sainte-Honorine, no dia 16 de Outubro de 2023. © Bertrand Guay / AP
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No dia 16 de Outubro de 2020, Samuel Paty, professor de História e geografia num colégio de Conflans-Sainte-Honorine, nos arredores de Paris, foi apunhalado e em seguida decapitado junto do seu estabelecimento de ensino por Abdoullakt Anzonov, um jovem russo de origem chechena, de 18 anos. Este último que foi logo abatido pela polícia, dizia pretender "vingar o profeta", por Samuel Paty ter mostrado, dias antes, caricaturas do profeta Maomé na sua aula sobre a liberdade de expressão.

Nesta segunda-feira, seis antigos alunos daquele colégio começaram a comparecer perante a justiça pelo seu suposto desempenho neste caso. Cinco desses jovens (de 14 e 15 anos), estão a ser julgados por associação de malfeitores com vista a preparar violências agravadas. Estes jovens que incorrem penas de dois anos e meio de prisão, são acusados de ter vigiado o colégio e ter designado o professor ao seu assassino, mediante pagamento.

A sexta pessoa julgada hoje, uma adolescente que tinha 13 anos na altura, comparece por denúncia caluniosa. A jovem tinha afirmado que o professor tinha pedido aos alunos muçulmanos para saírem da sala de aulas antes de mostrar as caricaturas de Maomé. A mentira da adolescente que nunca tinha assistido à referida aula, originou uma violenta campanha nas redes sociais alimentada pelo seu pai e por militantes islamistas que vão ser julgados num segundo processo que deveria decorrer até finais de 2024.

No âmbito deste processo que decorre à porta fechada, sem a presença da comunicação social, a defesa vai alegar "um erro ligado à idade" dos réus. Uma linha de defesa perante a qual o advogado da família de Samuel Paty não se mostrou surpreendido ao sublinhar, por outro lado, o quanto considera este julgamento "fundamental" para perceber a engrenagem que levou a este assassinato.

Além dos familiares do professor, também estão presentes antigos colegas que querem constituir-se parte civil neste caso. O ministro francês da educação também manifestou esta intenção para "reafirmar com força a vontade de defender os valores da República que Samuel Paty personificava, mas também para expressar o seu apoio infalível ao conjunto do corpo docente, profundamente atingido pelo bárbaro assassinato do seu colega".

Refira-se ainda que o julgamento deve decorrer até ao dia 8 de Dezembro.

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