França e Europa prestaram em Paris última homenagem a Jacques Delors
Paris – A França rendeu nesta sexta-feira, 5 de Janeiro, em Paris uma homenagem solene a Jacques Delors. O antigo presidente da Comissão europeia tinha falecido na capital a 27 de Dezembro com 98 anos. Presentes estava um vasto rol de individualidades europeias, incluindo o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, nomeadamente. O seu anfitrião, Emmanuel Macron, enalteceu a importância da implicação de Jacques Delors na construção europeia.
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Social-democrata, sindicalista cristão, Delors foi um dirigente socialista, muitas vezes ministro em França, que ficaria conhecido como o "pai" do euro, a moeda única europeia, ao ter dirigido a Comissão entre 1985 e 1995.
O Mercado único, os Acordos Schengen, de livre circulação, ou o programa de intercâmbio estudantil "Erasmus" são tantas das facetas europeias a que Jacques Delors esteve ligado.
Presentes em Paris estiveram a presidente da Comissão, a alemã Ursula von der Leyen que saudou "uma herança imensa" deixada por Delors.
Os presidentes do Conselho, do Parlamento e do Banco central europeu também estiveram na homenagem, bem como um vasto rol de personalidades europeias, incluindo o presidente alemão, Franck Walter Steinmeier, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, ou o belga, Alexander de Croo.
Jacques Delors era, nomeadamente, o pai da antiga primeira-ministra socialista, Martine Aubry, actual edil de Lille, no norte do país.
Na sua alocução o presidente anfitrião, Emmanuel Macron, alega que Jacques Delors reconciliou a Europa com o seu futuro e lembra que o rosto actual do velho continente deve muito a Delors.
Emmanuel Macron, presidente francês, 5/1/2024
O filho de um antigo combatente da I Guerra Mundial da zona de Corrèze vai ter entre as suas mãos o projecto de um continente !
Ele vai ter que fazer viver também o perdão e a promessa como pedia Hannah Arendt.
O perdão por forma a reconhecer o passado, a promessa por forma a olhar para o futuro.
Reconciliar os povos doravante para que mais nenhuma vida fosse ceifada, mutilada pela cegueira dos homens.
E reconciliar a Europa com o seu futuro.
O rosto da Europa actual foi desenhado activamente por Jacques Delors.
Uma Europa unida na sua diversidade, reunificada, varrendo os vestígios da "Cortina de ferro", acolhendo a Alemanha de leste, no dia seguinte à queda do Muro, abrindo a via da reunificação com os países da Europa central, oriental e dos Balcãs.
Raramente a nossa Europa terá progredido tanto !
Portugal fez-se representar, nomeadamente, pelo ex presidente e antigo primeiro-ministro, Cavaco Silva, e pelo actual chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações à agência Lusa, em Paris, Sousa lembrou que "Delors foi essencial para fazer a Europa que temos. Ele fez o alargamento, nós devemos a entrada de Portugal a Delors porque deu a volta a vários países que estavam contra, fez o aprodundamento, a União Europeia, o euro. E nós, portugueses, nunca esqueceremos que esteve sempre ao nosso lado quando outros não estavam.
Marcelo Rebelo de Sousa, presidente português, registo da agência Lusa, 5/1/2024
Durão Barroso, ex primeiro-ministro português, foi também presidente da Comissão Europeia, entre 2004 e 2014. Presente também em Paris, em declarações à agência Lusa, este afirmou que "a Europa lhe deve muito" bem como Portugal.
Durão Barroso, ex presidente da comissão europeia, registo da agência Lusa, 5/1/2024
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