Sebastián Herrera: «O Paris BasketBall quer levantar a Taça da EuroCup de basquetebol»

A segunda mão da EuroCup, segunda maior prova europeia de basquetebol masculino, decorre esta sexta-feira 12 de Abril entre o Bourg-en-Bresse e o Paris BasketBall.

Adidas Arena. Imagem de Arquivo. © AFP - MIGUEL MEDINA

Pela primeira vez na história da EuroCup, a final é 100% francesa entre o Paris BasketBall, clube criado em 2018, e a Jeunesse Laïque de Bourg-en-Bresse, equipa fundada em 1910.

Na primeira mão, disputada na Adidas Arena em Paris, a capital francesa, a equipa da casa venceu por 77-64. O melhor marcador do encontro foi o norte-americano do Paris BasketBall, Timothy Neocartes "T. J." Shorts, naturalizado macedónio, com 15 pontos.

Do lado do Bourg-en-Bresse o melhor marcador foi o francês Zaccharie Risacher com 11 pontos.

A RFI esteve presente na primeira mão neste jogo histórico.

Antes da segunda mão, ao microfone da RFI, o basquetebolista chileno do Paris BasketBall, Sebastián Herrera, analisou o primeiro encontro, afirmou que a equipa parisiense quer triunfar no segundo jogo e trazer a taça para a capital francesa.

Sebastián Herrera, que marcou 11 pontos na primeira partida, também nos revelou como surgiu a paixão pelo basquetebol e abordou os objectivos que tem com a selecção chilena.

RFI: Que análise podemos fazer da primeira mão?

Sebastián Herrera: Nenhuma final é fácil. Ambas as equipas se prepararam muito bem. É por isso que é sempre difícil. E nós estivemos bem nesse jogo. Demos o primeiro golpe, mas ainda não ganhámos nada.

RFI: O início do jogo foi decisivo para o Paris?

Sebastián Herrera: Sim, sim. Atacámos muito rapidamente no início. Fomos muito agressivos. E penso que foi isso que nos deu uma vantagem no início, que aproveitámos. Fomos capazes de tirar partido disso.

RFI: Naquele primeiro golpe do Paris estava o Sebastián que marcou um cesto a três pontos nos primeiros segundos?

Sebastián Herrera: Sim, sim, felizmente também me tocou a mim marcar.

RFI: A equipa teve mais de 20 pontos de vantagem. Como é que se lida com essa parte mental para não se baixar o ritmo ao longo dos minutos?

Sebastián Herrera: Sim, trabalhamos muito isso nos treinos. Manter a concentração no objectivo. Acho que isso é o mais importante, tentar ganhar no final e não perder a agressividade que sempre tivemos.

RFI: Ganhar por vinte ou ganhar por um, é um pouco a mesma coisa na EuroCup, no sentido em que se perde na sexta-feira, haverá um terceiro jogo. O que é que têm de fazer na sexta-feira?

Sebastián Herrera: Temos de estar preparados para uma batalha. Eles vão entrar com as suas melhores armas para tentar vencer o jogo. Mas temos de estar preparados. Vai ser um ginásio muito barulhento. Perdemos lá uma vez, por isso temos de estar preparados para uma batalha.

RFI: A equipa tem de esquecer um pouco esse primeiro jogo, esse primeiro triunfo?

Sebastián Herrera: Sim, claro. Temos de estar prontos. Ainda não ganhámos nada. Demos um passo em frente, mas ao mesmo tempo temos de estar prontos para um outro jogo. E esperemos que consigamos fechar a série lá.

RFI: O que é que esta final da Eurocup representa para si?

Sebastián Herrera: Todas as finais são importantes. Penso que todas as finais têm de ser levadas muito a sério. Levamos todos os jogos muito a sério e, obviamente, no próximo jogo, queremos fechá-lo e ganhar a série.

RFI: Como foi a sua integração na equipa do Paris?

Sebastián Herrera: Foi boa. Quer dizer, felizmente tenho seis colegas de equipa do ano passado que me ajudaram nisso. Além disso, conheço o treinador há muitos anos, desde o meu tempo no clube do HAKRO Merlins Crailsheim, por isso a integração foi bastante rápida.

RFI: Quando se recebe uma proposta do Paris, pensa-se duas vezes na proposta?

Sebastián Herrera: Depende. A situação era muito boa para mim, para o treinador e para os meus colegas de equipa. Por isso, não pensei muito nisso.

RFI: Como é que Sebastián começou a jogar basquetebol?

Sebastián Herrera: Há muitos, muitos anos, no Chile. Graças ao meu pai, comecei a jogar basquetebol, um desporto que não é muito popular no Chile. Não é muito popular, mas felizmente tive muitas boas escolas, muitos bons treinadores que me ajudaram na minha juventude.

RFI: Um desporto pouco popular no Chile, então como se disse que poderia ter uma carreira profissional?

Sebastián Herrera:Foi corajoso da minha parte pensar assim, mas ao mesmo tempo foi por isso que tive de ir para a Europa, foi por isso que tive de ir para o estrangeiro, porque há melhores oportunidades aqui. E sim, felizmente tive uma boa carreira.

RFI: Mas sente que o basquetebol ainda está a evoluir no Chile?

Sebastián Herrera: Sim. Temos boas gerações a surgir, vindas das selecções jovens, temos bons treinadores e, pouco a pouco, as infra-estruturas da Federação Chilena melhoraram muito nos últimos anos e, felizmente, pouco a pouco espero que os resultados apareçam.

RFI: É algo frustrante não ter alcançado o apuramento para os Jogos Olímpicos em Paris?

Sebastián Herrera: É óbvio que gostaria de ter participado nos Jogos Olímpicos. No ano passado, estivemos nos Jogos Pré-Olímpicos na Argentina. Chegámos à meia-final, mas obviamente não correu bem contra a Argentina e perdemos. Mas sim, esperemos que consigamos chegar à AmeriCup de basquetebol, que é o próximo objectivo.

RFI: Este ano já venceram a Argentina no apuramento para o Campeonato das Américas, a AmeriCup?

Sebastián Herrera: Sim, um grande jogo em casa. Mas ainda faltam vários jogos nesse grupo para se qualificar para a AmeriCup.

RFI: Mas sente que tem de fazer alguma coisa com a selecção nacional? É algo que está no meu coração, ter de fazer algo com a selecção nacional?

Sebastián Herrera: Obviamente que sim. Tento representar a selecção nacional em todas as equipas que frequento. Sempre represento o Chile ou tento representar o Chile da melhor maneira possível. Agora fui nomeado capitão, o que aumenta ainda mais a responsabilidade. Por isso, estou muito feliz. 

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Sebastián Herrera, basquetebolista chileno 12-04-2024

Basquetebol. Imagem de Ilustração. © Getty Images via AFP - GARRETT ELLWOOD