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França/imigração

Sarkozy volta atrás e se diz contra voto de estrangeiros

O presidente francês, que em 2005 havia cogitado a possibilidade de autorizar o voto de estrangeiros não- europeus nas eleições municipais, mudou de opinião durante um discurso no Encontro de prefeitos da França, que termina nesta quinta-feira em Paris. A declaração surpreendeu a oposição.

O presidente Nicolas Sarkozy durante o Encontro de prefeitos da França, que acontece em Paris.
O presidente Nicolas Sarkozy durante o Encontro de prefeitos da França, que acontece em Paris. REUTERS/Philippe Wojazer
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Em seu discurso, o presidente francês declarou que a decisão de autorizar o voto para estrangeiros não-europeus pode "dividir profundamente os franceses em um momento onde temos necessidade de nos unirmos." Um discurso classificado de eleitoreiro pela oposição. Para o porta-voz do partido socialista, Benoît Hamon, "o presidente da República age em função das eleições presidenciais. Sua posição depende das pesquisas”, criticou. A candidata do partido Verde, Eva Joly, estimou que Sarkozy “não se sente incomodado de se posicionar de uma maneira totalmente contrária em relação a alguns anos.”

Em 2005, durante uma entrevista à imprensa, Sarkozy havia cogitado a possibilidade. Na época, ele declarou que "não é anormal que um estrangeiro em situação legal, que trabalha, paga impostos e mora há pelo menos 10 anos na França, possa votar nas eleições municipais." No sistema eleitoral francês, a população escolhe os membros do Conselho Municipal, que em seguida, designam o prefeito. Um projeto de lei sobre a questão, elaborado pelo partido socialista, deve ser analisado no dia 8 dezembro no Senado, onde a esquerda é majoritária.  O texto já havia sido adotado pela Assembleia Nacional em 2011, maas na época os partidos de direita estavam no comando do Senado.

Para o líder do PS no Senado, François Rebsamen, Sarkozy tenta reconquistar os votos dos eleitores conservadores, que passaram a apoiar o Frente Nacional, partido de extrema-direta de Marine Le Pen. O ministro da Educação, Laurent Waquiez, defendeu o presidente. Para ele, o direito de voto e a cidadania caminham juntos. "Este é o pacto republicano", declarou em entrevista à rádio France Info. Para explicar o discurso contraditório do presidente, ele alega que “o tema sempre foi objeto de interrogação, principalmente sobre a melhor maneira de realizar essa integração republicana. Agora a escolha é clara. Caberá aos franceses decidir.”
 

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