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França/ eleições

Hollande celebra valores da República, e Sarkozy exalta nacionalismo

O domingo foi de comícios de campanha para François Hollande e Nicolas Sarkozy, os dois candidatos finalistas que disputarão o segundo turno das eleições presidências francesas daqui a uma semana. Enquanto Hollande começa a falar em tom de vitória e exaltou os valores da República e da laicidade, Sarkozy continuou sua ofensiva para tentar conquistar o eleitorado da extrema-direita, destacando o "orgulho de ser francês".

Comício de François Hollande lotou estádio em Paris.
Comício de François Hollande lotou estádio em Paris. REUTERS/Charles Platiau
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Milhares de militantes participaram dos comícios do candidato socialista no estádio de Bercy, em Paris, e do atual presidente, realizado em Toulouse. Sarkozy concentrou suas forças para falar de imigração e identidade nacional francesa, celebrando a nação e suas fronteiras. O presidente e candidato chamou os militantes a “se orgulharem de serem franceses”, e disse que se recusa a ver a França “se diluir na globalização”.

O candidato conservador, do partido UMP, também criticou os socialistas por condenarem a sua aproximação com a extrema-direita nos últimos dias, chamando-os de “stalinistas do século 21”. O último grande comício de Sarkozy acontecerá nesta terça-feira, Dia do Trabalho, em Paris.

Enquanto isso, diante de um estádio lotado, François Hollande reforçou os temas caros ao Partido Socialista – união, República, laicidade, educação, juventude. Ele aproveitou para criticar o oponente, que “brincando com fogo”, “tenta colocar a imigração e os estrangeiros no coração desta campanha”.

“Nunca uma eleição terá decidido tanto sobre a França e a União Europeia ao mesmo tempo. Eles estão todos nos esperando”, discursou Hollande. “Faz muito tempo que eu espero por vocês. Até amanhã!”, afirmou, diante da militância eufórica.

Uma pesquisa divulgada hoje informa que uma maioria de eleitores, 49%, considera a campanha do presidente “à direita demais”, enquanto 44% aprovam a estratégia do governante para se reeleger na presidência. Os eleitores que mais aprovam o discurso do conservador são os que votaram em Marine Le Pen, do partido de extrema direita Frente Nacional, no primeiro turno: 64% deles consideram “boa” a campanha de Sarkozy. Já 60% dos centristas, que escolheram François Bayrou na primeira votação, acham que o presidente está “à direita demais”.

Hollande e Sarkozy devem se confrontar face a face no único debate desta campanha, na quarta-feira. Hoje, uma nova pesquisa de intenções de voto indica que a distância entre eles diminui de dois pontos, mas a vantagem de Hollande permanece. Conforme o LH2, o socialista vai vencer o pleito com 54% dos votos, contra 46% para o atual presidente conservador.

Dominique Strauss-Kahn

Além dos comícios eleitorais, outro assunto de destaque hoje na campanha francesa foi o retorno do ex-diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, à cena política, através de uma entrevista concedida ao jornal britânico The Guardian. Depois de dizer que "não acreditava que iriam tão longe (...), não pensava que poderiam encontrar algo para me deter", em referência aos partidários de Sarkozy, Strauss-Kahn foi recriminado por ninguém menos que Hollande neste domingo.

"Dominique Strauss-Khan não participa da campanha presidencial", declarou Hollande à emissora de televisão Canal +. "Por isso, não tem razão para reaparecer de nenhuma maneira até que acabe esta campanha", disse.

Na noite de sábado, Strauss-Kahn apareceu em um bar parisiense em que o socialista Julien Dray festejava seu aniversário, o que levou dirigentes do partido, como a ex-candidata à presidência Ségolène Royal, a se retirar da comemoração.

 

 

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