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França/Presidenciais

Hollande e Sarkozy trocam farpas em único debate antes do segundo turno das presidenciais

A quatro dias do segundo turno das eleições presidenciais francesas, os candidatos François Hollande e Nicolas Sarkozy se enfrentaram na noite dessa quarta-feira em um debate na televisão. A discussão foi marcada por trocas de farpas violentas. O chefe de Estado apontou as falhas do programa do rival e pediu os votos dos eleitores da extrema-direita, enquanto o socialista ressaltou o balanço negativo do mandato do atual líder francês. 

Le débat télévisé face à François Hollande n'a pas fait basculer l'opinion.
Le débat télévisé face à François Hollande n'a pas fait basculer l'opinion. REUTERS/France 2 Television
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A tradição de um único debate entre os candidatos do segundo turno nas eleições presidenciais francesas existe desde 1974 e a cada vez o ritual reúne milhões de telespectadores diante da televisão para assistir o encontro entre os finalistas na corrida pelo Palácio do Eliseu. E nessa quarta-feira não foi diferente. Nicolas Sarkozy e François Hollande se enfrentaram durante duas horas em um confronto acompanhado por cerca de um terço da população.

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François Hollande

Hollande, apontado como o grande favorito pelas pesquisas de opinião, mas criticado por sua falta de carisma no início da campanha, provou durante o debate o seu poder de combate. Sobre cada um dos assuntos lançados pelos jornalistas, o candidato respondeu com fibra, sempre lembrando o balanço negativo de Sarkozy. “Com o senhor é muito simples. A culpa nunca é sua e o senhor tem sempre um bode expiatório. O senhor disse que teríamos 5% de desemprego durante seu mandato e na verdade temos 10% de desempregados no país. Mas isso é culpa da crise. Nunca a culpa é sua”, ironizou o socialista.

O presidente esquivou, apontando o que considera como incoerências no programa de Hollande, já que o socialista defende o controle nas finanças do país, mas ao mesmo tempo propõe a criação de mais de 60 mil empregos para funcionários públicos. Nesse momento do debate cada candidato chegou a dizer que o rival estava mentindo.

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Nicolas Sarkozy

A guerra de números e estatísticas dominou boa parte do encontro, que foi intenso e teve trocas de farpas violentas. Hollande acusou o presidente de tentar se passar por vítima, como “um carneirinho que acaba de nascer”. Já Sarkozy se irritou com a ironia do socialista dizendo que o debate não era um “concurso de piadinhas”.

A questão da imigração também foi abordada e Hollande, que defende o direito de voto aos residentes estrangeiros não-europeus nas eleições municipais, se disse capaz de levar o tema até um referendo se for preciso. O chefe de Estado criticou a promessa, alegando que isso abriria a porta para reivindidações das comunidades muçulmanas que vivem no país. A observação provocou a reação do socialista, que perguntou porque o presidente insinuava que "os imigrantes não europeus são muçulmanos?". O favorito nas pesquisas de opinião aproveitou a ocasião para ressaltar que vai defender a laicidade na França. 

Para concluir, Hollande disse que não quer ser "o presidente de tudo, e que no final não é responsável por nada”, enquanto Sarkozy, que via nesse encontro uma oportunidade para mudar a tendência das sondagens, terminou o debate pedindo os votos de todos os eleitores, inclusive os de Marine Le Pen, candidata do partido de extrema-direita, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno.

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