Franceses vão às urnas neste domingo para escolher presidente

Cerca de 46 milhões de franceses vão às urnas neste domingo para decidir quem estará no comando do país nos próximos cinco anos. De acordo com as últimas pesquisas, o candidato do Partido Socialista, François Hollande, continua sendo o favorito, e tem grandes chances de vencer o atual presidente Nicolas Sarkozy, que tenta a sua reeleição.

Os candidatos François Hollande e Nicolas Sarkozy

Apesar do favoritismo do candidato do PS, a diferença entre Hollande e Sarkozy é a menor registrada desde o início da campanha, o que torna o resultado, por enquanto, uma incógnita. A campanha chegou oficialmente ao fim na meia noite desta sexta-feira, e os candidatos não podem dar nenhuma declaração até amanhã às 20h. Rádios, TVs e jornais também estão proibidos de divulgar dados sobre as últimas pesquisas.

Os locais de votação abrem às seis da manhã e fecham às 18h, horário em que os canais de TV franceses deverão começar a divulgar os primeiros resultados parciais. No primeiro turno, Hollande chegou em primeiro com 28,63%. Sarkozy obteve 27,18% dos votos.O resutado do segundo turno será anunciado oficialmente na quinta-feira.

A grande questão desse segundo turno será a escolha do eleitorado de extrema-direita. No primeiro turno, 17,9% votaram para Marine Le Pen, da Frente Nacional. Durante a campanha, Sarkozy radicalizou seu discurso para atrair os eleitores do partido, mas Le Pen recomendou ao seu eleitorado que votasse em branco. Os ausentes, que representaram 20,53% no primeiro turno, também podem contribuir para uma inversão de forças. De qualquer forma, Hollande poderá contar com o apoio da extrema esquerda e do Partido Verde, que totalizam, juntos, 14,5% dos votos. Nenhum dos candidatos do primeiro turno pediu aos eleitores que votassem em Sarkozy.

No último comício, Hollande pediu que os eleitores se mobilizassem para garantir a vitória, e Sarkozy fez o mesmo apelo, dizendo que a derrota poderia ser evitada. Os dois candidatos divergem em diversos itens de seus respectivos programas. Uma das principais diferenças é em relação à gestão da crise. Enquanto Sarkozy defende uma política rígida de cortes de gastos para diminuir o déficit público, e foi um dos articuladores do novo pacto fiscal europeu que pune os países que não respeitarem os limites estipulados por Bruxelas, François Hollande já declarou que não irá ratificar o acordo, e acredita que é fundamental gerar crescimento para o equilíbrio das contas públicas. Ambos, entretanto, são favoráveis à criação de um imposto sobre as transações financeiras.

Neste sábado, a votação teve início para os eleitores franceses que vivem nos territórios ultramarinos e no continente americano. As sessões eleitorais abriram às 10H, horário local, em Saint Pierre e Miquelon, um arquipélago vizinho do Canadá. Os franceses que vivem no Brasil também votaram neste sábado. Cerca de 15 mil estão inscritos para participar do pleito, um aumento de quase 40% em relação a 2007. Pelo menos 2,2 milhões de franceses vivem no exterior, e 1,5 milhão se inscreveram neste ano. Na França, o voto é facultativo.

Hollande e Sarkozy passam sábado com a família

Os dois candidatos passaram o sábado em família. François Hollande esteve com a mulher, a jornalista Valérie Trierweiller, em uma feira na cidade de Tulle, no departamento de Corrèze, onde foi prefeito durante sete anos. Durante o passeio, ele recebeu abraços e rosas, a flor que simboliza o Partido Socialista na França. O presidente Sarkozy ficou em casa com a mulher, Carla Bruni, e a filha Giulia, e se reuniu com partidários e militantes. Eleito em 2007, ele termina seu mandato como um dos chefes de estado menos populares da história recente do país, e ficou conhecido como ‘o presidente dos privilegiados’. Ele também foi citado em diversos casos de corrupção envolvendo principalmente o financiamento ilegal de sua campanha em 2007.