França estuda oferecer compensação por comércio negreiro
Os assessores do primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, refletem junto com associações aos meios de "compensar" simbolicamente e/ou financeiramente as consequências do tráfico de escravos negros.
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O Conselho Representativo das Associações Negras (Cran), informou ter sido recebido no dia 29 de maio e na última segunda-feira por conselheiros do primeiro-ministro, "para discutir sobre as compensações ligadas à escravidão".
"O gabinete do primeiro-ministro se comprometeu a organizar uma reunião interministerial sobre esse tema até o dia 8 de novembro", acrescentou o presidente do Cran, Louis-George Tin, em um comunicado.
Fontes no governo confirmaram à agência France Presse que essas reuniões aconteceram, e especificou que as compensações não serão necessariamente financeiras, mas passarão também pela justiça e a educação.
Quando era prefeito de Nantes, primeira cidade negreira da França na costa do Atlântica, Jean-Marc Ayrault incentivou o trabalho de pesquisa histórica sobre esse tema. Um memorial da abolição da escravidão foi inaugurado no município em março.
Em viagem oficial ao Senegal, o presidente François Hollande deve reconhecer por sua vez "as culpas do passado" durante uma visita nesta sexta-feira à "Casa dos Escravos", na ilha de Gorée, ao largo de Dakar.
A escravidão foi oficialmente abolida na França em 1848. No dia 10 de maio de 2001, uma lei qualificou a escravidão de populações de origem africana como crime contra a humanidade.
As únicas compensações que foram pagas após o fim do tráfico de negros foram destinadas aos colonos e nunca às vítimas: o Haiti teve que pagar um imposto à França de 1825 a 1946 para compensar sua independência e os cultivadores de cana de açúcar receberam fundos para compensar os lucros perdidos após a abolição.
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