França celebra hoje o dia dos assexuados

A tribo dos franceses indiferentes ao sexo decidiu sair da sombra e aproveita esta sexta-feira, 26 de abril de 2013, para organizar a jornada nacional dos assexuados, com o objetivo de 'se conhecer melhor'.

MULUMBU E.U./Flickr.com

O presidente da Associação para Visibilidade dos Assexuados (AVA), que se identifica pelo nome de Paul, afirma que a sociedade francesa vê o sexo como uma obrigação. Ele garante que não ter uma vida erótica também é uma forma de sexualidade.

"Ser assexuado faz parte da diversidade das sexualidades humanas e é muito mais importante reconhecer sua existência do que criticá-la", pondera o presidente da AVA. Paul diz que não é fácil manifestar publicamente a falta de desejo sexual numa sociedade que considera o sexo essencial para o bem-estar. Segundo a AVA, muitos assexuados acabam se casando com pessoas de mesma tendência para fugir do 'sofrimento' de ter de fazer amor.

Há dois anos, a jornalista francesa Sophie Fontanel contou que tinha parado sua vida sexual no livro "A Vontade" (L'Envie), chocando a pátria dos "french lovers". O relato da jornalista gerou reações antagônicas. Pessoas criticaram Fontanel dizendo que ela não admirava os homens e devia estar deprimida. Outros, principalmente mulheres, adoraram a confissão e agradeceram a coragem da jornalista de falar publicamente da falta de desejo. O livro chegou a vender mil exemplares por dia.

O termo "assexuados" começou a circular nos Estados Unidos no final dos anos 90, principalmente entre internautas. Essa tribo que não gosta do contato pele a pele seria 1% da população mundial, de acordo com um estudo do professor canadense Anthony Bogaert, da Brock University. A Comunidade de Visibilidade e Educação Assexual (AVEN), fundada em 2001 pelo americano David Jay, reúne 70 mil adeptos.