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França/Festa Nacional

François Hollande é vaiado em desfile de 14 de julho

Durante esta semana, a Manif pour Tous, principal movimento de oposição ao casamento homossexual, pediu que seus militantes não protestassem durante o desfile de 14 de julho, "em respeito ao exército francês". Surtiu pouco efeito. Conforme François Hollande descia a avenida Champs-Elysées, entre 9h e 10h da manhã, várias pessoas usando as camisetas e braceletes cor-de-rosa que caracterizam o movimento vaiaram o presidente. Eles agendaram o protesto via Twitter.

Em carro militar, presidente francês François Hollande desfila pela avenida Champs-Elysées
Em carro militar, presidente francês François Hollande desfila pela avenida Champs-Elysées REUTERS/Christian Hartmann
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Apesar da profusão de bandeiras e camisetas, alguns opositores da chamada lei Taubira - batizada em homenagem à ministra da Justiça, Christiane Taubira, que defendeu em plenário o casamento entre pessoas do mesmo sexo - foram à Champs-Elysées à paisana. De acordo com eles mesmos, a ideia era passar despercebidos. Funcionou, de fato, já que a polícia parou vários militantes identificados para verificar seus documentos.

Houve uma outra oposição, menos virulenta, que também vaiou Hollande, quando ele vinha do Arco do Triunfo, de pé em um veículo do exército, escoltado por cavaleiros da Guarda Republicana. São franceses preocupados com a crise financeira e o crescimento do desemprego, que questionam a eficiência do presidente na economia. De acordo com uma pesquisa do Ifop (Instituto Francês de Opinião Pública), apenas 30% da população se dizem satisfeitos com a atuação de François Hollande, cuja popularidade, 14 meses da eleição, está em seu patamar mais baixo.

Além da popularidade do presidente, o que diminuiu do ano passado para este foi o orçamento do desfile de 14 de julho. Para economizar entre 10% e 15% em relação a 2012, o ministério da defesa "enxugou" o desfile. Embora o número de tropas a pé - 4.832 homens e mulheres - tenha se mantido, houve uma redução no número de veículos terrestres (265, ou 35% a menos) e aéreos (12% de baixa).

A novidade deste ano foi a presença de tropas africanas: cerca de 60 soldados malineses marcharam, seguidos de um destacamento da Minusma, a missão da ONU de maioria africana, que trabalhou ao lado dos franceses no Mali. Cerca de 3,2 mil militares franceses continuam no país para assegurar a organização das eleições presidenciais, cujo primeiro turno está previsto para 28 de julho. Um destacamento croata, convidado de honra duas semanas depois de o país ter integrado a União Europeia, também desfilou diante de seu presidente, Ivo Josipovic, que assistia à festa da Tribuna de Honra.

Outras autoridades também se sentaram ao lado de François Hollande, como o secretário geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, o presidente interino do Mali, Dioncunda Traoré e os ministros da Defesa de 13 países africanos que participaram da operação Serval.

Orgulho e retomada econômica
A incursão no Mali, na opinião de Hollande, "foi uma vitória para a África, uma vitória contra o terrorismo". Na tradicional entrevista que sucede o desfile, o presidente disse que o continente deve se orgulhar deste trabalho conjunto, assim como a França, as Nações Unidas e os países europeus que apoiaram a medida. O chefe-de-Estado disse que foi saudado na África não pelo que fez, mas pelo que decidiu. O mérito é dos soldados franceses, que foram quem agiu, elogiou.

O presidente também procurou acalmar o público sobre a situação econômica, garantindo que "a retomada já chegou". De acordo com ele, a a França é o país da Europa que mais rapidamente recuperou sua indútrial depois da crise.

De fato, em março, abril e maio, a produção industrial francesa acumulada cresceu 1% com relação aos três meses anteriores. Maio foi o único mês em que houve retração (0,4%) com relação ao anterior, mas isso aconteceu em boa parte porque o mês de abril teve expressivo crescimento, de 2,2%. Em comparação com o resto do continente, só a Alemanha apresentou evolução industrial parecida.

Perguntado sobre possíveis aumentos na carga tributária, François Hollande garantiu que não matará o crescimento na fonte. "O aumento de impostos será o mínimo possível", afirmou.

 

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