Desemprego bate recorde na França e afeta imagem de Hollande

Não é uma boa notícia para o governo francês. O índice de desemprego bateu um novo recorde, com 60 mil pessoas a mais sem trabalho no mês de setembro. A alta registrada foi de 1,9%, totalizando 3,29 milhões de desempregados. Se forem contados os que trabalham de vez em quando à espera de um cargo permanente, o número ultrapassa 4,8 milhões de pessoas.

O número de inscritos no Polo Emprego atingiu 3,29 milhões de pessoas, que aguardam um novo trabalho.

Com 3,29 milhões sem trabalho, o desemprego afeta mais de 10,9% da população ativa, um nível que a França nunca havia atingido. Esse número não inclui as pessoas inscritas no "Polo Emprego", instituição pública encarregada de arrumar um novo trabalho para os inscritos. Incluindo-se quem faz prestações temporárias à espera de um posto fixo, a França conta hoje com 4,84 milhões de desempregados.

Esses novos dados agravam mais ainda a situação do presidente François Hollande que também bateu um outro recorde, o da impopularidade, com mais de 77% de franceses insatisfeitos com seu governo.

Diante dessa dura realidade social, Hollande tem a difícil missão de inverter esta curva ascendente nos próximos dois meses, ou seja, até o fim do ano. Se isto não acontecer, a credibilidade do seu governo será totalmente afetada, como reconhece o próprio ministro do Trabalho, Michel Sapin.

Para o primeiro sindicato da França, a CGT, o governo está longe de ganhar o páreo, pois falta uma verdadeira política de emprego e de aceleração industrial. Atualmente, o principal instrumento do governo para reduzir o desemprego são os chamados "contratos de ajuda", em que o empregador recebe do Estado uma certa soma para contratar alguém.

Se incluirmos os territórios ultramarinos franceses, o Polo Emprego tem hoje um total de 5,1 milhões de inscritos, com ou sem pequenas atividades.