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França/Justiça

Médico francês é julgado por estupro de ex-pacientes

Um dos maiores especialistas franceses em reprodução assistida começa a ser julgado nesta terça-feira (4) em Paris por abuso sexual de ex-pacientes. André Hazout responderá a acusações de seis mulheres por atos cometidos durante vários anos em seu consultório.

O julgamento do ginecologista André Hazout, de 70 anos, acontece no Palácio de Justiça de Paris.
O julgamento do ginecologista André Hazout, de 70 anos, acontece no Palácio de Justiça de Paris. wikipédia
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O processo contra o doutor André Hazout, de 70 anos, deve durar três semanas. Ele é acusado de ter abusado sexualmente de seis pacientes, com o agravante de que se aproveitou da vulnerabilidade delas. Vinte sete outros casos prescreveram.

Um dos maiores especialistas franceses

O doutor Hazout era muito conhecido e respeitado pelo seu trabalho de fecundação in vitro. Ele ficou famoso mundialmente e recebeu a medalha da Legião de Honra francesa. Para muitas mulheres, o médico representava a esperança de que pudessem realizar o sonho de engravidar.

Mas dentro do consultório, muitas pacientes foram seduzidas e acariciadas antes de serem abusadas sexualmente na mesa de consultas ginecológicas, já previamente preparadas. Uma das mulheres que denunciou o médico disse nunca ter conseguido dizer não às investidas do doutor Hazout, com medo de que nunca pudesse ter filhos.

25 anos de silêncio

Uma das vítimas disse ter engravidado do médico e feito aborto no próprio consultório depois de ter sido novamente violentada. Algumas pacientes preferiram se calar porque, graças a ele, conseguiram realizar o desejo de ter filhos. Essa é uma das explicações para 25 anos de silêncio.

A primeira denúncia só foi feita em 1991, mas logo arquivada pelo Conselho da Ordem dos Médicos do país. Só em 2005 a Justiça francesa foi acionada por uma das pacientes, o que abriu caminho para outras denúncias. O médico nega os abusos sexuais. Ele diz que as suas ex-pacientes são movidas por vingança ou que não resistiram ao seu charme e acabaram transferindo para ele suas carências afetivas.

Caso brasileiro

O brasileiro Roger Abdelmassih, um dos mais conhecidos especialistas em reprodução do país, foi condenado em 2009 por estupro. O médico paulista, acusado de ter violentado 36 ex-pacientes, teve o registro profissional suspenso, chegou a ser preso, mas está foragido há três anos.

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