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França/morte

Premiê francês defende polícia na morte de jovem manifestante

O primeiro-ministro francês Manuel Valls disse nesta quarta-feira (29) que o governo “não tem nada a temer sobre a verdade da morte de Remi Fraisse”, o jovem manifestante francês que teria sido vítima de uma granada jogada pela polícia durante um protesto na barragem de Sivens, na região de Tarn, no sul do país.

"O Estado mata o Estado"- diz cartaz de um manifestante que participa de um protesto contra o projeto de construção de uma barragem, no departamento de Tarn, no sul da França.
"O Estado mata o Estado"- diz cartaz de um manifestante que participa de um protesto contra o projeto de construção de uma barragem, no departamento de Tarn, no sul da França. REUTERS/Regis Duvignau
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“Manter a ordem é difícil para policiais, mas nós devemos a verdade para a família de Rémi Fraisse”, disse o primeiro-ministro francês no site RTL. “Não temos absolutamente nada a esconder, e acredito que o Estado deve sair reforçado a partir do momento em tudo seja esclarecido. Não tememos a verdade, que é útil e indispensável”, declarou.

De acordo com o promotor Claude Dérens, o jovem de 21 anos foi, sem dúvida, vítima de uma granada chamada ‘ofensiva’, que contém explosivos e pode ter extremamente perigosa. Depois do incidente, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, anunciou ontem que suspenderia o uso do material pelas forças de ordem.

A morte de Rémi Fraisse suscitou uma grande emoção na França, principalmente no partido ecologista, que chegou a fazer parte da coalizão do governo depois da eleição de François Hollande em 2012.

O premiê Manuel Valls, que lamentou o drama, defendeu a polícia. Ele disse que o objetivo dos manifestantes na noite da morte de Rémi era “devastar e incendiar com coquetéis Molotov os alojamentos dos trabalhadores da barragem e a polícia tinha como missão evitar que isso acontecesse.”  Para ele, a decisão de construir ou não a barragem cabe ao Conselho Geral da região do Tarn, equivalente ao governo do Estado, que encomendou a obra.

Ministro do Interior disse que não vai pedir demissão

Em entrevista à Rádio Europe 1, o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, reiteirou nesta quarta-feira que não tinha “nenhuma intenção de se demitir.”  Ele prometeu sanções graves se um erro for estabelecido pelas investigações, mas também tomou a defesa dos policiais, “que são alvo de uma violência intolerável há várias semanas.” De acordo com ele, em Sivens, desde o início de setembro, 56 policiais ficaram feridos, dando origem a 81 processos.

Para advogado, tiro matou Rémi Fraisse

O advogado da família de Rémi Fraisse, Arié Alimi, disse que os resultados das autópsias indicam que o jovem tenha sido vítima de um tiro. “ O juiz determinará”, declarou ao jornal Le Parisien. Ontem ele prestou queixa por “homício voluntário” e criticou a violência policial. “Tiro ou granada, militares sabem que isso pode matar”, disse.

 

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