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Portugal

Sócrates ex-PM português saiu da Cadeia

O antigo primeiro-ministro português, José Sócrates, foi libertado, esta sexta-feira, da cadeia de Évora, onde estava preso suspeito de corrupção, há mais de 9 meses, mas vai ficar, em casa, sob estatuto de prisão domiciliária.

José Socrates, antigo primeiro-ministro português saiu da cadeia, mas fica sob prisão domiciliária
José Socrates, antigo primeiro-ministro português saiu da cadeia, mas fica sob prisão domiciliária REUTERS/Hugo Correia
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José Sócrates, ex-primeiro-ministro socialista português, saiu esta sexta-feira, à noite, 04 de setembro, da cadeia de Évora, mas fica preso em casa, debaixo do olho da polícia portuguesa, por decisão de um juiz, do Tribunal da Comarca de Lisboa.

Sócrates, fica, pois, em prisão domiciliária, mas, sem pulseira electrónica, segundo propôs o ministério público.

Até agora, não houve declarações de Sócrates, à imprensa, mas, ele pode usar do seu direito de expressão e fazer declarações, quando bem entender, segundo um dos seus advogados.

"Pode falar quando quiser. Não há restrições para falar livremente com a imprensa",  declarou, durante uma conferência de imprensa, este sábado, 05 de setembro, o seu advogado, João Araújo, num hotel de Lisboa.

Na realidade, já não havia razão nenhuma, para manter na cadeia, o antigo líder do partido socialista português, Sócrates, tendo em linha de conta que foram "ultrapassados  todos os prazos da decência (...)", para o manter na prisão de Évora. 

É esta a opinião do seu advogado, João Araújo, que considerou, ainda, que a decisão do juiz de tirar Sócrates da cadeia, tem de ser vista como uma "derrota absoluta da investigação do ministério público"

Efectivamente, 9 meses, depois da prisão, de Sócrates, não se provou nada,  sobre as suspeitas de  corrupção que eram feitas, contra o antigo primeiro-ministro.

 "Sempre dissemos que este processo não tem sentido, razão séria, não há factos, não há provas e ao fim de nove meses não há acusação", sublinhou, o advogado, João Araújo.

Aliás, outro advogado, do ex-líder do PS português, Pedro Delile, foi mais longe, sublinhando "estar convencido de que o final deste processo será o arquivamento", precisamente, por não haver provas evidentes dos crimes que pendem sobre Sócrates.

Recorda-se, que José Sócrates, tinha sido preso, há nove meses, à sua chegada ao aeroporto de Portela, em Lisboa, ido de Paris, onde tinha estado a residir e a fazer um mestrado de Filosofia Política, no prestigiado, Instituto de Ciências Políticas, da capital francesa, mais conhecido, por "Sciences Po". 

Sócrates, foi preso, então, no quadro daquilo que ficou conhecida, como  sendo "Operação Marquês", um escândalo de corrupção à volta de fraude fiscal e branqueamento de capitais, e na qual estavam envolvidas nove pessoas, entre elas, o antigo Armando Vara.

De notar, que a soltura de Sócrates, ainda não provocou, grandes reacções dos políticos portugueses, tendo, por exemplo, esquivado a perguntas de jornalistas, o actual líder do PS, António Costa, que sublinhou estar concentrado nos problemas sociais e centrais do país, mas mesmo, assim, foi dizendo, tratar-se, de "um ruído", no momento em que Portugal, está em campanha, para eleições legislativas, a 4 de outubro..

Do lado do governo, o primeiro-ministro, Passos Coelho, líder do PSD, instado a reagir, recusou fazer quaisquer declarações, sobre o caso Sócrates, agora, em regime, de semi-liberdade, depois de ter sido preso a 25 de novembro, de 2014, portanto, há 9 meses, e agora, sob prisão domiciliária.

Mas ainda em matéria de reacções, Paulo Pisco, cabeça de lista do PS, para a Europa, em declarações à RFI, disse estar satisfeito, com a libertação, do antigo primeiro-ministro e líder do PS, José sócrates, alertando, para o facto de a "justiça trabalhar com imparcialidade e não haver interferência, da política na justiça."

04:02

Paulo Pisco, do Partido Socialista Português, para a Europa

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