França: denunciada vulnerabilidade de centrais nucleares
A ong Greenpeace denuncia num relatório a vulnerabilidade das 58 centrais nucleares francesas em caso de ameaça terrorista. A empresa Electricidade de França que gere os referidos recintos desmistifica o caso.
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Na França 80% da energia eléctrica é de origem nuclear.
Este país europeu continua a debater-se com um nível muito elevado de ameaça terrorista.
Neste contexto a organização não governamental (ong) Greenpeace divulgou nesta terça, 10 de Outubro de 2017, um relatório sobre a segurança dos reactores nucleares.
Sabendo que os agentes ligados ao terrorismo tentam aproveitar todas e quaisquer falhas do sistema de segurança das instalações o caso torna-se particularmente sensível.
Ao ponto que este relatório é tido como alarmante.
Yves Marignac é um dos peritos que elaborou o relatório por conta da Greenpeace. Ao microfone de Agnès Rougier ele explicou porquê que as centrais nucleares francesas são vulneráveis com o pior a poder mesmo acontecer, em caso de actos mal intencionados.
"Na concepção das centrais nucleares deu-se uma maior atenção aos próprios reactores.
E isto por causa do risco de fusão do respectivo coração...
Os depósitos, esses, são infelizmente vítimas de um défice de robustez.
No que diz respeito a actos mal intencionados tal torna-se uma vulnerabilidade acrescida.
O cenário temido em termos de acidente num depósito de armazenamento de combustível prende-se com a perda de água do depósito.
Nalgumas circunstâncias tal acompanha-se de um incêndio do combustível e de uma libertação importante desta radioactividade.
Este fenómeno será ainda mais importante na medida em que os depósitos não dispõem de um verdadeiro recinto fechado.
O que demonstra o relatório é que cenários de actos mal intencionados credíveis e realistas, em relação aos meios de que dispõem actualmente certas organizações, poderiam provocar este tipo de estragos e criar esta engrenagem que poderá conduzir a uma catástrofe."
Confira aqui as declarações de Yves Marignac traduzidas por Miguel Martins.
Yves Marignac, entrevistado por Agnès Rougier
A empresa Electricidade de França (EDF) que gere os referidos recintos desmistifica o caso.
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