As primeiras páginas dos jornais franceses estão dominadas por um único tema: o descontentamento social após as manifestações dos últimos dias dos coletes amarelos.Coletes amarelos: o executivo perante uma crise inédita, titula, LE MONDE. Confrontado com um movimento sem líder nem organizador cujas reivindicações giram em torno do poder de compra, o executivo está à procura dum remédio. Os coletes amarelos mobilizaram 290 mil manifestantes no sábado no país, num dia marcado por violência, 1 morto e mais de 400 feridos.Esta manhã ainda havia manifestantes levantando barricadas para bloquear depósitos petrolíferos. Convidado na Televisão France 2 ontem à noite, o primeiro-ministro disse compreender o descontentamento e o sofrimento mas entende levar o barco ao bom porto da fiscalidade ecológica. Para o secretário-geral da CFDT, Laurent Berger, a resposta de Édouard Philippe é de quem perdeu o norte, acrescenta, LE MONDE.Por seu lado, LE FIGARO, titula, coletes amarelos: o executivo à procura duma resposta. Após um fim-de-semana de mobilização e de bloqueios, marcado por acidentes dramáticos, o primeiro-ministro declarou no domingo à noite compreender este descontentamento mas tem de manter o ritmo.No seu editorial, intitulado, entalado, LE FIGARO, nota, que Macron mas também a oposição têm de encontrar depressa respostas económicas e culturais para dar a essa classe que de média só tem o nome. Trata-se do povo, a armação da nossa casa democrática, observa, o editorial do FIGARO.Macron apanhado em contramão, replica, em título, LIBÉRATION. O executivo à procura da próxima saída, mas atrás deste descontentamento social, espreita o perigo populista. Sem líder e sem organização, o movimento de sábado está condenado a reaparecer saltitando partidos e sindicatos, correndo o risco de termos uma espécie de Movimento 5 estrelas à francesa, pergunta, LIBÉRATION.Que fazer desta indignação?, pergunta, L'HUMANITÉ. Os coletes amarelos esperam respostas ao seu poder de compra. "As classes médias pagam para tudo, porque têm dinheiro, então que paguem", diz, um sindicalista.Apesar da sua fraca organização e de acções desordenadas, as mobilizações dos coletes amarelos conseguiram cristalizar um movimento social poderoso, acrescenta L'HUMANITÉ.Coletes amarelos, e agora?, pergunta, LA CROIX. O movimento de protesto informal e pouco organizado tem um futuro incerto. Para que uma mobilização seja perene tem de haver recursos. Há que ser rico duma estrutura, duma doutrina e ter relaçõs com os meios de comunicação, sublinha o politólogo Xavier Crettiez, nas páginas do jornal LA CROIX.Mudando de assunto, em relação à actualidade internacional, LE FIGARO, dá relevo à Europa: em Berlim, o presidente fraanncês Macron exorta a chanceler alemã Merkel a ultrapassar as hesitações.Com o avanço dos populismos e uma animia do motor franco-alemão, o presidente francês apelou a uma refundação europeia no domingo perante o Parlamento alemão. Mas ainda resta algum caminho a percorrer para que a dupla franco-alemã se entenda a propósito de um projecto ambiocioso para a Europa, observa LE FIGARO.Por seu lado, LE MONDE, destaca, vivas tensões entre a China e os Estados Unidos. Nunca as divergências foram tantas entre Washington e Pequim. Tendo como pano de fundo uma guerra comercial, osas duas potências rivais engalfinham-se num clima digno de guerra fria durante a cimezira da Apec, na Papuásia Nova Guiné. Pela primeira vez nos últimos 20 anos não houve comunicado final da cimeira.Enfim, sobre a África, LIBÉRATION, aspirante Rambo, extraditado da República centro-africana para ser julgado no Tribunal penal internacional. O deputado e ex-chefe de milícia anti-balaka, Alfred Yekatom, responderá em Haia pelos massacres cometidos contra muçulmanos, assassínios, roubos e crimes de guerra e contra a humanidade, durante a crise de 2013-14, na RCA.
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